quarta-feira, 27 de setembro de 2006

25a Mostra de Cinema Brasileiro em São Bernardo do Campo

A Secretaria de Cultura de São Bernardo do Campo vem com mais uma Mostra de Cinema Brasileiro na cidade. Nesta 25ª edição, que vai de 28 de setembro a 29 de outubro, ficaram de fora filmes importantes como "Crime delicado", "Árido movie", “A concepção” e outros que certamente despertariam interesse maior que “2 filhos de Francisco” e “O coronel e o lobisomem” – que gente pra caramba já viu, e por causa de seus montes de cópias para cinema e altas vendas em DVD poderiam muito bem ceder lugar para filmes que o público tem menos acesso. Mas fazer o que se a Secretaria de Cultura quer caçar seus níqueis a custa de migalhas?

O ingresso custa R$ 3,00 e é grátis para maiores de 50 anos. Os horários estão aí embaixo, mas não custa lembrar que cada um dos filmes tem 3 seções, na quinta ou na sexta, e depois no sábado e no domingo. As exibições acontecem no Teatro Cacilda Becker no Paço Municipal, Praça Samuel Sabatini. São Bernardo do Campo / SP Telefone: (11) 4348-1081.

Setembro

BOLEIROS 2 – VENCEDORES E VENCIDOS (2006) – 86 min
28 quinta 20h, 30 sábado 20h, 1/out domingo 16h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem FUTEBOLISTICAMENTE, ficção de 13 minutos com direção de Daniel Boesel Lopes e Rodolfo Monteiro Pelegrin.
Críticas:
http://revistacinetica.com.br/boleiros2.htm
www.cineimperfeito.com.br/emcartaz.asp?pag=1&id=443

TAPETE VERMELHO (2006) – 100 min
29 sexta 20h, 30 sábado 16h, 1/out domingo 20h
Classificação indicativa: 12 anos
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem DOIS TONS, ficção de 16 minutos com direção de Caetano Gottardi.
Críticas:
http://www.contracampo.com.br/79/tapetevermelho.htm
http://revistacinetica.com.br/tapetevermelho.htm

Outubro

BENDITO FRUTO (2004) – 90 min
5 quinta 20h, 7 sábado 20h, 8 domingo 16h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem ALICE, de Rafael Gomes.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/71/benditofruto.htm

O FIM E O PRINCÍPIO (2005) – 110 min
6 sexta 20h, 7 sábado 16h, 8 domingo 20h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem ÍMPAR PAR, de Esmir Filho.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/77/ofimeoprincipio.htm

CIDADE BAIXA (2005) – 93 min
12 quinta 20h, 14 sábado 20h, 15 domingo 16h
Classificação indicativa: 18 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem EU TE DAREI O CÉU, de Afonso Poyart.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/75/criticacidadebaixa.htm

2 FILHOS DE FRANCISCO (2005) – 132 min
13 sexta 20h, 14 sábado 16h, 15 domingo 20h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem GASOLINA COMUM, de Marcelo "Tintin" Trotta.
Críticas:
http://www.contracampo.com.br/74/2filhos2.htm
http://www.contracampo.com.br/74/filhosdefrancisco.htm

A PESSOA É PARA O QUE NASCE (2004) – 84 min
19 quinta 20h, 21 sábado 20h, 22 domingo 16h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem HISTORIETAS ASSOMBRADAS (PARA CRIANÇAS MALCRIADAS), de Victor Hugo Borges.
Críticas:
http://www.contracampo.com.br/72/pessoaeextremosul.htm

VIDA DE MENINA (2004) – 101 min
20 sexta 20h, 21 sábado 16h, 22 domingo 20h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem A MENINA, O ESPANTALHO E O CURUPIRA, de Ric Oliveira e Clemie Blaud.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/64/vidademenina.htm

O CORONEL E O LOBISOMEM (2005) – 106 min
26 quinta 20h, 28 sábado 20h, 29 domingo 16h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, o curta-metragem CURUPIRA, de Fábio Mendonça e Guilherme Ramalho.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/75/coronellobisomem.htm

CINEMA, ASPIRINAS E URUBUS (2005) – 90 min
27 sexta 20h, 28 sábado 16h, 29 domingo 20h
Classificação indicativa: 12 anos.
Antecedendo cada exibição deste filme, os curta-metragens 02.CONJUNTO RESIDENCIAL, de Adams Carvalho e Olívia Brenga, e LOOP LOOP, de Victor Hugo Borges.
Crítica:
http://www.contracampo.com.br/75/cinemaaspirinas.htm

terça-feira, 26 de setembro de 2006

As jóias da casa - 1


S. Fuller

G. Romero

D. Cronenberg


A. Ferrara

Blueberry de Moebius

Nas bancas e livrarias ainda é possível achar o retorno da publicação de "Blueberry" (Panini - R$ 22,90 - 100 pgs. - 20,5 x 27,5 cm).

A HQ é criação de Jean-Michel Charlier e Jean "Moebius" Giraud, e já tem mais de 40 anos. Acabou virando filme em 2004 (vivido no cinema por Vincent Cassel e dirigido por Jan Kounen). Estreou nas páginas do semanário Pilote (o mesmo de Asterix) e no começo, na segunda metade do século XIX, ele era apenas Mike Steve Donovan, filho de fazendeiros escravocratas plantadores de algodão na Geórgia, que acabou se tornando o Tenente Blueberry, um oficial vivido, malicioso, de moral oculta e heroísmos baseados em princípios próprios.

A nova primeira edição brasileira corresponde aos números 24 e 25 originalmente publicadas pela Dargaud (de 1995 e 1997, respectivamente), e são a primeira metade do oitavo ciclo de aventuras do protagonista. Aqui texto e arte são de Jean "Moebius" Giraud, motivo mais do que suficiente para desembolsar o preço nada convidativo da edição - e desgraçadamente amenizar um pouco o ultraje pelos 23 paus.

Moebius é gênio, mas talvez sua genialidade seja ainda um pouco ofuscada por intelectualóides que cismam em balizar HQ como arte menor (e que pensam formar a opinião de tudo e todos) e por aqueles que entendem os Comics como via única de HQ. Gente que ofusca a si mesmo. Gente que detesta concordar que há vida inteligente fora de seus círculos.

O fato é que esta edição traz a arte de Moebius em grande forma, e porque não inigualável; ela é detalhista e minuciosa. A decupagem é cuidadosa; ao mergulhar na obra não se fica com a sensação de que faltam cenas no fluir da narrativa e também não se corre o risco de perder-se durante a leitura; está tudo lá no seu devido lugar. Enfado só aparece fisicamente, e nos olhos; a obra não estimula o piscar deles e nem pausas na leitura.g

http://www.blueberry-lesite.com
http://www.texbr.com/blueberry/personagens/blueberry.htm
http://www.texbr.com/blueberry

Um destaque de texto

Uma coisa chama a atenção num bom texto que saiu no domingo (“A modelo, o papa e o lugar público” - 24/9/2006 - Aliás - J6 - O Estado de São Paulo - http://txt.estado.com.br/suplementos/ali/2006/09/24/ali-1.93.19.20060924.13.1.xml): Um destaque no corpo do texto que diz “Por sua natureza, o cristianismo está na origem do culto das imagens”.

Chama a atenção pela aparência de alfinetada por parte de quem escreveu (Stella Senra, doutora em ciências da informação pela Universidade de Paris 2 e autora de O Último Jornalista). Soa assim, pois num primeiro contato com o texto logo se percebe que é uma reflexão sobre a ambigüidade das imagens, que toma como oportunidade os casos do suposto vídeo-invasão do casal Cicarelli-Malzone e o mal-bem-entendido do atual papa.

Indo ao texto a estranheza quanto à frase em destaque não some. Não pelo destaque, mas porque ela ainda parece espremida pelo assunto em questão, como quando as mãos ensaboadas tentam espremer entre si um sabonete e ele pula.

Não é por se tratar dum assunto em que religião e papa figuram que qualquer frase sobre o que se figura serve bem para o que se discute. Caso contrário, discutir transubstanciação, trindade, ou a nacionalidade alemã teriam espaço garantido.

Mas o incômodo mesmo surge, porque a referida frase provoca o mesmo efeito que “o papa é alemão por isso vai provocar uma nova guerra mundial”, caso ela estivesse no texto e por causa de seu teor.
E aí se esbarra no seguinte: Ou quem escreveu fez referência a um outro autor, ou é uma opinião, ou é uma questão pessoal de ódio, ou uma constatação.

Se for referência, e o credito ao autor está ausente, então houve uma falha (ou intenção, podendo ser de outro; revisor, editor, ou sabe-se lá mais quem).

Se estiver como constatação, bem, todo mundo erra e também não existe um doutorado que aborde todas as categorias do conhecimento. Por isso talvez tenha lhe escapado que historicamente o cristianismo é totalmente avesso ao culto das imagens, idolatria, e que no proceder guia-se por fé e não pelo que se vê (II carta de Paulo aos Coríntios, segundo semestre do século 55, 56 ou 57 d.C.). Ignorar esta questão como sendo fundamental ao cristianismo não provoca sua anulação, mas explicita sim, uma situação altamente discutível daquele que adota essas práticas como inerentes ao cristianismo, quando elas não são. Trata-se da imagem ou ilusão de cristão que pessoas fazem de si mesmo quando na verdade estão distantes disso. Se a intenção da frase foi dizer do proceder de alguns cristãos ou de algumas pessoas que se dizem cristãs, isso realmente não fica claro pela frase, mas pode ficar claro por uma qualidade que o texto tem, embora essa frase ainda seja um corpo estranho.

Agora, se é uma opinião ou questão de ódio – bem, para não ficar alheio a uma das vias pela qual o texto passa – por mais erudição e por mais títulos que se tenha, todos temos nossos momentos de dogmatista, até mesmo possíveis detratores de um credo.g

Hillsong United + Diante do Trono (+ Renascer Praise) em SP


No sábado, 23 de Setembro de 2006, esteve se apresentando no Canindé, estádio da quase obituária Portuguesa, o Hillsong United. O Diante do Trono abriu o show, e ao final houve a participação especial do Renascer Praise. Todos bons músicos cristãos com diferentes características. A produção do evento ficou a cargo de Vision Produções e Rafael Reisman Produções.

Não sei ao certo quantas pessoas estiveram lá, (10, 15, 30 mil?), mas tenho achado a repercussão do show bem fraca para quem esperava muito e teve muito. Foi um show vigoroso em todos os termos. O público era bem eclético, bem de acordo com a musicalidade do evento.

Entretanto a organização do evento foi algo no mínimo patético. Para grande quantidade de pessoas esperadas era mais do que necessário os portões abrirem não apenas 2 horas antes do início, mas bem antes. Na hora do início do show 5 mil pessoas ainda estavam do lado de fora, e por isso, por ordem da polícia, o show não poderia iniciar enquanto todas ainda não entrassem. Resultado: 1 hora de atraso para o início (que prejudicou a esquisita participação especial do Renascer Praise, que tocou depois da atração principal para 2% do público).


E não foi apenas isso. O policiamento era escasso e só aumentou mais perto do horário do começo do show. Ou seja, por causa da fila tumultuada o trânsito na região onde os filhos de Deus estavam ficou um verdadeiro inferno. Até distribuição de santinhos de políticos apareceu – junto com o bio-horror Cronenberguiano Havanir Nimitz.

Há algum tempo atrás, na época de garoto, shows em estádios tinham filas bagunçadas por pouco tempo; a polícia chegava rapidamente e eficazmente endireitava a fila na base de cacetetadas em nossas joviais pernocas de molecada-de-jeans-e-camiseta-de-banda. E tudo ficava na santa paz.

A PM não gostava é do King Diamond.g