segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Credo

“A crença consiste na aceitação das afirmações da alma; a descrença em sua negação.” (Emmerson).

Me diga uma coisa: o teu credo é negar o meu? Sinto, mas então teu credo é negar teu semelhante.

Não me vê como teu semelhante? Então que espécie de negação é a tua? Pois a diferença que você estabelece entre nós te faz incapaz de compreender quem sou. Tua negação é ignorante; assim não é possível negar nada.

Ou contra meu credo o teu se dá por afirmação? Se for assim, é apenas para você mesmo. Universal só aí no teu quintal onde você e os teus estão. O que afirma sobre mim (pensando ser por mim) não pode ser afirmativo, logo, não me serve. É coisa particular tua, que se genuína, em verdade não excede teus limites; é o aroma da comida, não o que se come. Brota pelo veio do impositivo, portanto não afirma; o sim precisa de concordância, a tirania precisa de oprimidos.

Dizem que meu credo me foi imposto; não foi e muito menos o impus a mim mesmo. Meu credo (que é credo de outros), se imposto, dissolve. Daí, o que passa a existir é só um politicismo aberrante que impositores-impostores utilizam em nome de desejos inescusáveis. Tão inescusáveis são os que tomam sobre si tal mentira como sendo verdade.

Há falsários que há muito tomam um credo que não é o meu, mas o chamam de um nome igual ao do meu, dizem ser o meu, e não sendo, você brada que o problema é meu credo? Chamar abacaxi de maça torna possível come-lo com casca?

Cego, olha pra você mesmo; tolo, entenda-se; soberbo, faça-se humilde. Anule-se. Quer aniquilar algo? Vá contra os que se apropriam de credos para fins pessoais malditos – como você se apropria. g

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

La brújula política

Vivemos num Brasil em que a população, em parte nada pequena, vai se despolitizando, afirmam alguns. Só que entre o desespero desses alguns, por perder influência partidária e votos da parcela significativa (merecidamente, pois muito do desinteresse nacional vem da ação política que privilegia a si mesmo e não coíbe a sangria da nação), e a chatice que o brasileiro vê em política (novamente culpa dos alguns, que sempre optaram pela estupidez nacional e tacam a educação em décimo plano, para perpetuar o voto de cabresto de maneira conceitual – megalomania por aqui não; coronelismo), fica a possibilidade de política não ser coisa babaca, e quando compreendida, ganha valor que se cogitava inexistente. Política não fica mais só como trampolim de poder, mas vira modo de por em prática ideologias (lembra?), vontade social, vigilância dos eleitos, das elites e das massas, para que todos estejam em seu devido lugar. Política vira necessidade humana.

Uma bobeira interessante; um brinquedo educativo pra marmanjo pensar “Putz, não pensava que eu fosse isso!”; um passatempo impreciso; uma ferramenta para cegar o povo ainda mais politicamente; um guia mequetrefe pra te ajudar a escolher opção do perfil do OrCUt; um termômetro de política humana parcial, que não permite você explicar melhor o que pensa, por isso dará resultado equivocado. Ou simplesmente uma coisa pra lembrar você de orientar o que pensa e como age, e pra deixar de ser ridículo antes que alguém perceba: http://www.politicalcompass.org/ (em inglês ou espanhol). Clique no “Click here and start” ou em “Haz clic aquí para empezar el test!” e depois preencha 6 páginas de teste e veja o resultado de sua inclinação política em um gráfico.

No meu caso, deu esse gráfico:

Quer dizer que sou de esquerda, que não odeio o Lula e amo o Serra (se é que há diferença abaixo da superfície de cada um)? Não, apenas quer dizer que as respostas que dei se enquadrariam nessa linha política ideológica, mas obviamente não diz que só voto na esquerda (se é que há neste país).

Prefiro crer que isso é um termômetro, que posso ou não considerar o resultado febril, e buscar outras idéias pra eu pensar como eu quero.

No meu caso, confesso que isso está numa direção que quero: nesse país não há reforma possível que não se dê pela instalação do novo, que não vai se dar por armas em punho, e que uma solução niilista é insatisfatória. E graficamente também vai na direção desejada, que um dia, se Deus quiser, eu chego lá: não estar em nenhuma posição no gráfico. A intenção não é o emcimadomurismo; ouço a todos os lados, mas dei adeus a ambos; o totalitarismo e a tirania são piadas de mau gosto, a monarquia é piada sem graça, o parlamentarismo é um jogral bocó. Nada de ser politicamente Arturvirgiliano (cito a recente questão da aprovação da CPMF). Amo a liberdade, mas quem diz não ter momentos autoritários, convenhamos, não se enxerga. g

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Espécie parasita

Poucos parecem saber e muitos evitam dizer, mas grande parte da esfera intelectual brasileira é somente uma espécie de parasita dos acontecimentos da nação. Parasitam a nação e o povo. Podem aparentar ser de esquerda, de direita, ter ares artísticos ou de benemerente público, de manifestante da verdade que, supõe a estirpe parasita, todos os demais são incapazes de ver, e não vai muito mais longe do que isso.

Os parasitas produzem um caldinho cretino (particular aos indivíduos da raça), a secreção da contrariedade, para que possam ser distinguidos também de seus congêneres e de quem ou o que parasitam. A espécie é ágil, ou com os dedos ou com a fala. São ações nunca impelidas pelo que é colhido em seu entorno ou processadas interiormente, mas pelo que se origina em seus ventres: enquanto seu combustível brotar dali, dedos e boca nunca atrofiarão, e consequentemente, enquanto houver parasitados potenciais, a perpetuação da espécie estará garantida.

Curioso tem sido observar que as criaturas, graças às novas possibilidades tecnológicas, têm feito uso tanto dos dedos como da boca. Isso, em quem observava com plena consciência o parasita e via apenas uma das capacidades em ação, causava o efeito de repulsa no observador; agora o efeito evoluiu e quem observa sente uma profunda ojeriza acompanhada de ânsia de vômito. Nos parasitados, o efeito aparentemente é banal, mas percebe-se mais atentamente que as ações dáctil e oral do parasita, simultaneamente, provocam uma legitimação maior de seus propósitos.

Os propósitos e a anteriormente citada motivação das ações da espécie parasitária, é bom notar, procedem de uma mesma fonte: uma profunda ânsia de reconhecimento público de suas próprias teorias, que se assemelha a uma fome irrefreável. Isso, em outras épocas, levava o parasita a se auto-destruir ou ser deixado a mingua pelos parasitados, talvez pela forte impressão do ridículo que as criaturazinhas emanavam.

Há muito também se sabe que a espécie em questão não vive apenas para manter a si mesma. Vive também para manter um sistema em que outras espécies que nasceram em meio à abastança, que estas dizem não importar muito de onde vem (o importante é que está com elas há gerações), não tenha sua riqueza decrescida, nem compartilhada com outros. No Brasil é um ecossistema presente em diversas regiões do país, que até mesmo supostos detratores dele o nutrem. Como vez ou outra esse sistema deixa transparecer seus limites e operações, o parasita, por oportunismo, ao usar isso para sua sobrevivência, contribui para a longevidade do ecossistema.

As constatações aqui citadas podem ser observadas nessa gravação que obtivemos: http://veja.abril.uol.com.br/idade/podcasts/mainardi/audios/260907.mp3 (sujeito a náuseas).

Imagens do espécime parasitário observado também foram obtidas http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM751805-7822-DIOGO+MAINARDI+EXPLICA+O+TITULO+DO+LIVRO+LULA+E+MINHA+ANTA,00.html & http://video.globo.com/Videos/Player/Entretenimento/0,,GIM751801-7822-JORNALISTA+DIOGO+MAINARDI+LANCA+LIVRO,00.html : Muito interessante o fato de a olho nu, em vídeo e fotografia, o animal simular o mesmo tamanho que suas presas quando diante delas. Não se sabe ao certo se é mimetismo, toxinas lançadas no ar com o efeito de iludir ou feromônios dispersos no ambiente (a presa levanta essa possibilidade). Fato é que observado via microscópio e devidamente trajado, o observador contempla a verdade sobre o parasita: tamanho mínimo face o ambiente, o ecossistema e os parasitados.

Por conta das mudanças na relação parasita-parasitado, hoje em dia é corrente a voz de alguns que entendem ser necessário o extermínio dos parasitas, em alguns casos até mesmo dos parasitados, como única solução possível. O extermínio nunca é uma solução, mas nesse caso tem sido cada vez mais difícil desqualificar as argumentações dos partidários à erradicação do parasita.

No futuro os parasitas também podem incitar indiretamente a erradicação da liberdade de opinião de outros seres-vivos. g

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Mil tretas - Roda Viva x Mano Brown (24/07/2007 - 22h40)


Roda, pião

Decepção de pessoas diante da entrevista que Mano Brown deu no Roda Viva (TV Cultura, às segundas-feiras, às 22h40): os donos da mesma se iludiram com ou superestimaram o artista, que alguns também já passam a subestimar – e se alinham a desafetos que subestimavam o rapper há muito.

Esperavam os entrevistadores e muitos espectadores um messias das massas, um ativista, porta-estandarte de bandeira política, renovador das ideologias emanado no povo, um gênio a aflorar na pasmaceira intelectual nacional, um brilhante artista que se não tiver justificativa não merece a alcunha.

Mano Brown não enganou ninguém que não se predispunha a crer, mas depois do Roda é ainda mais cabide para a frustradora auto-ilusão (que injeta esperança) da cultaiada, da imprensa e dos cabeças.

Pra massa de moletom Mano Brown é um guerreiro, de boné, que dispara a munição entalada na garganta do urbano que se julga ser o tártaro logo ali. É a expressão do desagradável a que o povão se adaptou, e olha, no fundo já não acha tão ruim assim. É o “Não enche o saco”. É aquilo que você teme e te sobreveio (Uga-buga!) – explicações parciais; o negócio é andar ombro a ombro com o cara, como ele mesmo disse que procura fazer (junto do KL Jay, do Edy Rock e do Ice Blue) no que destina a quem se propõe a ouvir.

“Como pode um sujeito desses, um, um... artista, então, ser normal; tem só a 8ª série e não foi além por não gostar (também, num país em que o Lula é presidente...) não gosta de ler a imprensa brasileira, mas leu Malcolm X e a bíblia, como é possível chamá-lo de gênio?”.

Nesse Brasil de hoje, em que se habita cheio de náuseas, não se é alguém com permissão pra se ter notoriedade se estiver sem causa, sem miolos, sem opiniões escoradas em filosofias estimadas (Veja, Carta Capital, Piauí ou Caros Amigos também vão servir), sem estar disposto a fazer pelo social quando tiver fama e sem querer bem ao Caetano. Não se pode ser contrário a quem vem alcançando êxito por luta (ainda que a liberdade permita ser contra o que se queira), não se pode ser brasileiro sem gostar de feijoada e carnaval, não se pode não ser de esquerda/direita/centro, corintiano não pode gostar de verde, não se emite a voz de Deus sem que ela simultaneamente seja a voz do povo, não se pode achar celular dispensável, não se pode ser esquivo (entenda: entrevista DEVE ser como tribunal, nessa terra), não se constrói imagem que a opinião pública vá descobrir depois que não é nada (embora todo mundo saiba que imagem é coisa ridícula). Renunciar é proibido. É preciso ter parâmetros para que se possa ser analisado, senão você é só um ente sabe-se lá de onde.

Se percebem que você não tem conteúdo que cesse a sede de irrelevância entre eles, então você não tem nada, e por isso não é nada, e por trás do que diz não tem nada que valha uma tampinha de tubaína. Motivação e subjetivação não é nada, a não ser quando o priorado ou seus pimpolhos estão no divã; é imperdoável ir contra isso.

Tinha e tem muita gente, agora rejubilante, querendo enterrar o Racionais MCs. Tomara que eles tenham conseguido só derreter a imagem que estes artistas sempre sustentaram (e se desvencilhem dela de uma vez) e pensaram bastar, e que não, não contaminava integralmente a sua obra, que tem sim seu valor. Agora é a oportunidade deles conceberem o plano final pra calar a boca de quem regula julgamento sobre caráter baseado no próprio bom gosto.

Das letras dos Racionais MCs, Mano Brown disse que não são feitas pra significar, são só rima (muitos gente espantada, na hora da declaração). Agora isso escandaliza? No rol da arte de que eles foram privados (e por isso foram desenhando uma cultura própria, não há como negar), isso é uma espécie de norma, embora ali mesmo muito da arte no contemporâneo privilegie o realismo e o retrato puro e sem significado (e com falsa responsabilidade). Então por que ninguém parou e foi atrás antes do significado nas músicas, especialmente a imprensa, a crítica, os prêmios e aqueles com mais acesso à cultura, que sempre lhes deram alvíssaras? Quer dizer que no caso dos Racionais MCs o retrato da realidade agora é completamente despreendido de significado, mas noutras expressões artísiticas convenientes não?

Caiu a máscara? Isso não deixa seqüelas. Não se pode dizer que os Racionais MCs também não estivessem pedindo por isso. Há que se torcer que isso os aprimore e não os ensoberbeça, que não os façam se auto-impor uma segregação, um eterno reduto no “já era”, pois o talento é patente, não vê quem não quer (e quem acha que eles infectaram toda uma geração duma classe). Mas que há muitas arestas pra aparar, há. Será ótimo se isso ainda puder aprimorar o público fiel – que a essa hora vai precisar separar bem as coisas.

Corre, cotia

No entanto, a máscara da imprensa e dos intelectuais da nação não cai . Os entrevistadores no programa, os detenteores do conhecimento social, a TV pública e a imprensa, foram mesmo anêmicos no momento. É possível contar uma piada de baixo calão sem graça com delicadeza? Pois não foi muito mais que isso. Todo mundo estranhava, menos a Roda. Talvez seja mais um sinal do apocalipse jornalístico brasileiro, em que a Veja se ergue como Babilônia – que venha logo o novo céu e nova terra da imprensa.

A mesma imprensa e os mesmo intelectuais que só fizeram coro, indicando um ímpeto mocorongo, quando religião pintou na Roda (ponho um certo sentido chulo, aí). O motim de particularidades, na verdade, foi desrespeitoso com entrevistado (que freqüenta cultos cristãos-evangélicos) e espectadores; purularam conceituações e sugestionamentos ridículos de que nem catedráticos estavam imunes: Preto fica feio fora de religiões, preto não é tão livre pra mudar de credo, religião de pobre é a afro, que evangélicos são impositivos (talvez uma certeza extraída de pesquisa secreta minuciosa com 18% da população brasileira, evangélica, justificasse tais preconceito e contrariedade – mais uma amostra de que essa parcela da nação ainda contínua uma incógnita para artes, intelectuais e formadores de opinião), que o candomblé é a religião mais livre. Belo festival de leviandades.

Houve ainda discussão sobre equívocos como sendo fatos, perguntas picarescas, sub-aproveitamento do entrevistado, e bem, não vale à pena prolongar. Resumindo: uma das piores entrevistas de um dos melhores programas da TV brasileira em uma das mais valiosas oportunidades. O melhor: a alma do Mano Brown. Pra ter noção do que eu disse aqui e mais detalhes do que houve na segunda, veja http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo (comece por “Espetáculo grotesco na TV Cultura”), por quem pensa estar por cima da carne seca, Reinaldo Azevedo - um jornalista (da Veja). Triagem será necessária.

Na casa do carvalho

O que deveria enojar mais ainda é a normalidade com que muita gente enxerga o título do dia seguinte: “Em entrevista no Roda Viva, Mano Brown é só um mano a mais” (http://www.estadao.com.br/arteelazer/not_art56602,0.htm) – não, pobre não é tudo igual, o MC não é só mais um, mas há certo padrão na visão da cambada que detém algum poderzinho. Sr. Pedro Paulo Soares Pereira, o sangue que eles gostam é o que a bandidagem verte na TV, as informações que eles gostam é a que rende o que não assumem ser irmã da fofoca. Os mesmos dizendo que o povinho que aparece ali na TV deve ser meio fedido. g

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Novos vícios - Frets on Fire



A música é uma coisa que desde a antiguidade arrebata emoções, e sempre os especialistas nela é que foram, são e serão os arquitetos deste arrebatamento. Os especialistas variam: pessoas, a natureza, o acaso, o raio que parta. Os meios que eles usam são físicos, ambientais, irreconhecíveis, o escambau a quatro – e a tecnologia: que não ficou restrita a música digital, mas embarcou no campo do entretenimento digital, cheio de carga da anterior, e desaguou nos videogames. O resultado no presente da internet (se é que temporalidade serve como adjetivação) é um joguinho mucho do legal (também por ser de graça), o “Frets on fire”. Guitar Hero é legal, mas é pago e é restrito pra conseguir música, se for considerar a infinita vantagem que o primeiro possui nisso.

O negócio é o seguinte: faça o download no link (
http://www.filefactory.com/file/7d8e6a ), descompacte (está em RAR), vá na pasta e execute o jogo no ícone do “F” em chamas (não precisa instalar), configure (tudo simples, não precisa ser cientista da computação – dá pra colocar em português tupiniquim), depois prepare-se pra abandonar a babaquice do air guitar. Ah, e dá pra baixar mais músicas fuçando por aí; pra começar: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=31079387.

Enstrossões de jioghu: primeiro tire seu teclado da mesa, aí levante ele e bote as teclas contra seu monitor (não precisa encostar na tela, júme); agora, traga ele junto de seu peito ou pança, como preferir; repare que no teclado a tecla da barra de espaço aponta pra seu queixo e a tecla F5 para seu pinto/perereca. Então, como se o teclado fosse uma guitarra você usa os dedos da mão esquerda sobre as teclas F1, F2, F3, F4, F5 e algum dedo da mão direita pra pressionar a tecla Enter (que eu sugiro mudar para a Ctrl do lado direito) como se fosse as palhetadas (não sabe o que é isso? Já ouviu falar de rock’n roll?). Se tiver problemas com a explicação, veja o link e não encha o saco:
http://www.youtube.com/watch?v=50XAHx2sPYQ

Taquei também umas músicas que não há na versão (coisas finíssimas). Agora deixa eu jogar pra dar uma relaxada e dar um pé na impaciência.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Trailer - "Encarnação do Demônio (The Embodiment of Evil)"

Lançamento em Março de 2008, da madrugada de sexta para sábado, dia 13 (aniversário de José Mojica Marins).

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Uns mimos - Lote 0001


Série de GIFFs animados, pra você ficar com cara de tonto olhando em seu monitor uma figurazinha divertida se mexendo, ou pra usar onde bem entender.
É só fazer o download do link:

http://www.4shared.com/file/22538204/527047da/Lote1.html


E depois de vê-los, diga se não são umas gracinhas.
Logo tem mais.
g

quinta-feira, 26 de julho de 2007

CHEAP TRICK - Surrender

É o que eu sempre digo: We’re all alright, we’re all alright.

Mother told me, yes she told me | I'd meet girls like you | She also told me stay away | You'll never know what you'll catch | Just the other day I heard | Of a soldier's falling off | Some Indonesian junk | That's going 'round || [Chorus: Mommy's allright, Daddy's allright | They just seem a little weird | Surrender, surrender | But don't give yourself away] || Father says your mother's right | She's really up on things | Before we married Mommy served | On the WACs in the Philippines | Now I had heard the WACs recruited | Old maids for the war | But Mommy isn't one of those | I've known her all these years | [Chorus] | Whatever happened to all this season's | Losers of the year | Every time I got to thinking | Where'd they disappear | Then I woke up, Mom and Dad | Are rolling on the couch | Rolling numbers, rock and rolling | Got my Kiss records out [Chorus] Awaaaayyy, Awaaaayyy... | We’re all alright, we’re all alright… |.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O assessor especial da Presidência da República Federativa do Brasil

O assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, sob pressão do Jornal Nacional e dos políticos brasileiros, acaba de pedir desculpas a nação brasileira por peidar em seu gabinete.

A câmera, que outro dia, durante a sua espionagem, sozinha, flagrou o assessor gesticulando por causa do acidente do avião, não quis se pronunciar a respeito. Alguns cogitaram ser o luto oficial.g

"Cromossomo 3 - Os filhos do medo (The Brood ou Cromossome 3)" - 1979 - DIR: David Cronenberg

Frank Carveth (Art Hindle) não é o tipo de protagonista que está à espera do tradicional obstáculo de roteiro que vai proporcionar conflito e fazer a trama deslanchar. Ele não está levando a vida em linha reta em seu rumo até que uma vaca morta na estrada o force a desviar. As possibilidades de conflito para o personagem parecem estar em todo lugar, se oferecendo pra serem usadas. Frank está pleno de problemas que vêm de seu casamento dissolvido com Nola (Samantha Eggar). Mas a coisa vai além do desarranjo familiar. Sua ex-esposa vive em uma clínica psiquiátrica em tratamento intensivo sob os cuidados do Dr. Hal Raglan (Oliver Reed), que criou uma inovadora cura dos males da psique, o Psicoplasma, que consiste em fazer os pacientes manifestar sua ira mais profunda em resultados físicos, quase sempre como marcas relacionadas com dor (feridas, hematomas, escoriações, etc.). A avó materna de Nola (Juliana Kelly, interpretada por Nuala Fitzgerald), por causa de divórcio, também tem seus problemas afetivos e isso vem sinalizar para Frank o que pode ser dele daqui a alguns anos. O avô materno (Barton Kelly, interpretado por Henry Backman) estende a possível mazela futura de Frank para o vício que consola em vão, e por isso os laços com o passado estarão mais intensos e doloridos. Como se não bastasse os sinais de um futuro nada promissor no campo afetivo, a vida amorosa de Frank está em frangalhos, a ponto de afastar qualquer outra pessoa que porventura queira estabelecer laços amorosos; sinais de um futuro péssimo desde o presente, e não só no porvir. E a filha, Candice (Cindy Hinds), vem manifestando um comportamento alimentado pela conjuntura familiar.

Momentos em que o acúmulo de variados problemas força o rearranjo de tudo, nada semelhante à trajetória de vida tranqüila em que de repente surge um foco de sofrimento; doença grave num membro da família, por exemplo. É mais como se cada setor da vida do indivíduo, a partir de cada fundamento, viessem se rearranjando todos ao mesmo tempo. Mudança assim, em coisas pelas quais se tem afeto, geralmente resulta em sofrimento. E quando todas as partes do todo parece se rebelar contra as coisas e estados que estimamos, um sofrimento de maiores proporções se configura num dos piores temores que considerávamos possíveis, pois não afeta apenas o indivíduo, mas todo um sistema em que o indivíduo está ligado a outros por amor.

Na situação em que os focos de sofrimento são multiplicados, algumas pessoas se desesperam, angustiam-se, entram em depressão, enlouquecem, optam pelo suicídio; outras assimilam as situações ao invés de entregarem-se aos sentimentos e desejos (elas possuem os mesmo anseios, mas parecem preferir entregar-se ao infortúnio). Masoquismo? Estoicismo? Resignação forçada, comum aos miseráveis? Não é pra tanto. Em meio ao sofrimento múltiplo, esse tipo de pessoa faz o que está a seu alcance em relação a um setor específico, os outros, sinto muito, ficam de molho – se pagar a conta de luz, não se paga a de água; mas a de água demora mais pra cortar, então pago a de luz.

Outro matiz dos que estão imersos no sofrimento é em dado momento optar por agir em favor de quem/o quê se ama muito, como se o sofrimento tivesse livrado da supervalorização certas coisas a que ela estava arraigada. São pessoas e necessidades que passam a merecer um esforço a mais do que já se faz pra se ficar de pé em meio a esse tudo. Coisas únicas que agora parecem ter valor são aquelas dignas do amor mais puro, purificado pelo sofrimento, por assim dizer, amor que faz parecer o destino dele algo mais nítido do que antes. E é acontecimento dessa ordem que é o rompante da trama em "Os filhos do medo (The Brood - 1979 - Dir: David Cronenberg)": o conflito do personagem Frank parte do esforço extra que o afeto requer para aquilo que detém importância maior dentre todos os demais – a filha de Frank, Candice, depois de uma visita à mãe na clínica, volta pra casa com machucados nas costas.

Vestígios de violência, de acidente, da insanidade materna, vestígios de experiências psico-traumáticas? Cronenberg opta por se dedicar aos vestígios dos outros membros do debilitado sistema familiar Carveth/Kelly antes de fornecer a resposta, como se a filha, ela mesma um vestígio dos pais, precisasse ser amadurecido antes da eclosão de sua dor.

Se Frank rejeita num primeiro momento sua ex-esposa Nola como vestígio seu (aparentemente muito decididamente, de modo a eliminar um sofrimento desnecessário), o mesmo não se dá com os pais dela. Juliana e Barton são vestígios um do outro e possuem vestígios um do outro. Os vestígios que ambos detém são a má resolução do convívio amoroso e com o tempo imprimiram marcas mais profundas. Em Juliana a dor dos indícios estava manifesta o tempo todo, internamente, mas tão presente que é evidente no exterior. Em Barton eles estavam incubados, mas vieram à tona quando ele percebe que seu vestígio ficará sem solução, quando a perda definiu que será assim (vestígio sem origem, sem motivo, gera incerteza, o que incrementa a dor). Ambos encaram suas marcas de modo oposto a Frank. Eles são o que seria de Frank no futuro, caso tivesse sustentado sua relação com Nola por mais tempo.

Nola Carveth não faz a contenção de sua ira como Frank faz com a sua (ira que no filme sempre produz os resultados mais bizarros, deformados e deformadores, e tem muita importância no desenvolvimento do filme). As relações que ela mantém com os vestígios diante de si são todas desequilibradas, ela rejeita a natureza deles, como na cena em que lambe o produto de si mesma animalescamente (tratamento que não é dado nem a um objeto, nem a algo dotado de vida humana). Nola, como muito dos demais personagens do filme, tem traços do momento da vida de Cronenberg que corresponde ao período da roteirização do filme, que se deu durante o complicado divórcio de sua esposa na época; ele teria dito que Nola possuía algumas características de sua esposa, como muito do que há no filme expressa os temores e desejos de Cronenberg no momento.

Como o próprio Cronenberg mais tarde disse em entrevista a Serge Grunberg, para a revista Cahiers du cinema, ele não tinha a intenção de dar traços autobiográficos ao filme. O que havia em si era uma necessidade de escrever antes de descansar de todo o tumulto das questões de separação e custódia, a estória tinha de ser escrita de uma vez, logo. A obra que surgiu é a que mais possui material extraído da vida do realizador. Um filme escrito e realizado privilegiando a dimensão fantástica e a invenção e que foi motivado por uma espécie de compulsão nunca sentida antes, segundo Cronenberg, espécie de expurgo dos períodos mais complicados da vida do cineasta.

Há ainda os vestígios dos outros personagens que não se envolvem intimamente com o sistema principal do filme – mas não deixam de participar intensamente dele, como se Cronenberg não deixasse ninguém sem sua marca, como se ninguém que tivesse o menor contato com a circunstância saísse ileso: o personagem que move o processo contra Raglan tem seus vestígios revoltando-se contra ele (são os laços afetivos construídos no passado que se manifestam posteriormente descontentes); a professora de Candice, que se enamora por Frank, não sabe lidar com os vestígios em Frank, se esquiva deles e teme os que estão em Nola (é a possibilidade de não haver novas relações amorosas no futuro, por causa da assombração pelo passado ou pelo que há do passado em Frank); ou o personagem insano, que ignora os vestígios e a dor advinda deles e doentiamente permuta a importância da dor pelo desejo de afeto (o temor de no futuro a ânsia por afeto se tornar uma obsessão pelos acontecimentos passados).

O Dr. Raglan é a frieza científica que facilmente manipula o pior numa situação para se alcançar a solução (ou para resultar em feridas que se justificam ao dizer que são percalços até a solução?); ele é o lado cruel humano que se manifesta em épocas difíceis ou não, que não hesita em colher benefícios em nome de suas prioridades, mesmo sabendo que isso pode causar feridas no outro, sobre a escusa da necessidade. Raglan de certo modo passa a ser também uma espécie de confirmação de que o filme não é a voz de quem pode mais, que vai nortear a opinião alheia a seu favor e satanizar o outro; ninguém está incólume de culpa, responsabilidade ou origem de dor, principalmente seu realizador.

Os derradeiros planos do filme, epílogo da trama, também é um diálogo que o filme faz com mais de um sentido em relação aos resultados do que se acabou de assistir, se assemelhando ao que era a circunstância do pai de Candice ao início do filme – era, porque ao fim já não sobra senão uma única coisa do passado que promete estar presente no futuro. O plano do braço da menina com as feridas em duplicidade, vem remeter a duas questões: a dor emocional da criança – como já indicado pelo psicólogo da polícia, coisas que se manifestam de um jeito ou outro caso não se assuma o que presenciou (um passado imediato, que já é o presente da personagem) – e uma herança materna que traz a semelhança da genetriz consigo – neste caso, do passado vem a possibilidade de ruína no futuro vislumbrada desde o presente (por isso o plano seguinte dos olhos da menina com sinais de choro, mas sem expressão que diga o porquê das lágrimas); nada de alívio, é a dor (e depois, talvez, loucura, e adiante, horror) que em alguém forçosamente seguirá para o futuro. É o fantástico terrível transcendendo os limites ficcionais entre espectador e filme, deixando vestígios na vida e indicando em si os que colheu dela. g

Nada de estrelas ou desenhinhos. Aprovação: 72,7%

Sugestão de link (em inglês): http://www.cinetudes.com/THE-BROOD-by-David-Cronenberg-Part-1-1979_a142.html
Ah, morreu o ACM.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Ira - "Invisível DJ"

Estava ouvindo os três primeiros discos do Ira! E dei uma passada no site deles pra ver se tinha algo do disco novo "Invisível DJ"; tinha o disco todo em razoável qualidade – quem destina os ouvidos exclusivamente aos mp3 talvez até espirre um “muito boa qualidade!” –, deu-se o acidente.

Olha, é e não é o Ira! de 1985/1986. O não ser todo mundo já deve saber, de tanto que a fãzada torceu o bedelho. O ser é que por mais que se discorde, o Ira! é uma das bandas rock-pop safra 80, que menos se descaracterizou no passar dos ânus. A banda quis apontar pra uma maturidade, trilhou um caminho de pedras, deixando cair nele aquela jovialidade que dava fôlego a tudo que fazia (e pra muitos isso custou os olhos-da-cara), ficando farto do Rock’n roll e buscando outras batidas.

De Mods caíram na MTV e deram uma contribuição extra para o mundo estar ainda mais evacuado do que precisa junto com outros músicos em versão acústica. Esse cruzamento Ira!-MTV não deixa de ser curioso também, pois faz lembrar de direções do rock dos anos 90 até hoje: quantas bandas de inclinação e trejeitos Mods surgiram depois deles, mas todas elas eram Mods na forma (Oasis e britpops) ou são Mods na Unique selling proposition (Strokes, Kaiser Chiefs). Bem, não dá pra esquecer dos EMOs, os Mods de hoje, com pouquíssima semelhança com o movimento que tinha The Who: os EMOs são Mods no credo.

Pra EMO o disco novo do Ira! pode soar como uma coisa de outro plano astral. Ainda existe boa guitarra (que não é crua, anda de mãos dadas com outras sonoridades, procura saídas simples, mas hoje pouco habituais, e é rock’n roll, e é legal – posso me arrepender disso depois) e boa cozinha no mundo pop-rock nacional. O Nazi é sempre o Nazi.

A faixa 1 pode surgir na novela um dia. Malhação, talvez. Tem gente que vai achar esquisita a 2, mas ela tem qualidade. No geral o CD inclina mais pro rock do que pro pop, faz lembrar de leve um U2 que não quer saber do altruísta-poeta, esbarra no canastrão (mas é pop, então pode), tem músicos bem mais competentes, letras melhores, e na musicalidade parece caber qualquer adendo, como Beatles (que quié isso memo?) e uns barulhinhos a mais vindo de outras épocas a mais.
Ah, e a faixa 11 “O candidato” parece protesto tipo Titãs, sem os adjetivos de baixo calão, mas com a guitarra do Scandurra: o instrumental parece justificar a entrada no disco, mas um tiquinho de bom senso estapeia dizendo que nem assim presta. O melhor do disco é que ele me provocou a vontade de ouvir pela 1.077ª o disco do senhor Michael James Ness (que também pode dizer “Nasci em 62” – do dia 3 de abril, em Machachuches), o “Sex, Love and Rock 'n' Roll”.

Pronto. Isso equivale a você me visitar com flores no hospital após a um acidente.

Acidente que leva pra hospital não acontece todos os dias, nem a toda hora, que isso fique bem claro. g

O site: http://grupoira.uol.com.br/novo/index.asp

sábado, 12 de maio de 2007

Ilíada+Simone Weil: a força e a violência no homem, e a graça

O verdadeiro herói, o verdadeiro tema, o centro da Ilíada é a força. A força empregada pelo homem, a força que escraviza o homem, a força diante da qual a carne do homem diminui. Nessa obra, em todos os momentos, o espírito humano aparece modificado por suas relações com a força, como que varrido, tornado cego, pela própria força que ele imaginou que poderia controlar, deformado pelo peso da força a qual ele se submete. (...)

Definir força – é aquele x que transforma qualquer um que se submete a ela em uma coisa. (...) Ela o transforma num cadáver. Alguém esteve aqui, e no minuto seguinte não há absolutamente ninguém. (...) Da primeira propriedade [da força] (a capacidade de transformar um ser humano numa coisa pelo simples método de matá-lo) brota outra..., a capacidade de transformar um ser humano numa coisa enquanto ele ainda está vivo. Ele está vivo, ele tem uma alma; e, ao mesmo tempo, ele é uma coisa... E no que diz respeito à alma, que casa extraordinária a força encontra nela! Quem pode dizer o quanto custa, a cada momento, acomodar-se a essa residência, contorcer-se e curvar-se, quanto dobrar-se e enrugar-se são necessários para isso? Ela não foi feita para morar dentro de uma coisa; se ela o faz, diante da pressão da necessidade, não há um único elemento de sua natureza que não seja violentado...

Talvez todos os homens, pelo simples fato de nascerem, destinam-se a sofrer violência; ainda assim, esta é uma verdade para a qual a circunstância fecha os olhos dos homens. (...) Eles têm em comum uma recusa em acreditar que ambos pertencem à mesma espécie: os fracos não vêem relação entre si mesmos e os fortes, e vice-versa. (...) [Os fortes], empunhando o poder, não suspeitam do fato que as conseqüências de seus feitos vão finalmente retornar a eles. (...) [Mas eventualmente isso acontece, e] nada, nenhum escudo, pode manter-se entre eles e as lágrimas.(...)

Assim, a violência oblitera qualquer um que sinta seu toque. Ela parece tão externa àquele que a emprega quanto ao que dela é vítima. E daí brota a idéia de um destino diante do qual tanto o executor quanto a vítima encontram-se igualmente inocentes. (...), irmãos na mesma miséria. (...)

Aqueles que crêem que o próprio Deus, desde que se tornou humano, não pôde manter a severidade de seu destino diante de seus olhos sem tremer de angústia, deveriam entender que as únicas pessoas que podem parecer que se elevam acima da miséria humana são aqueles que mascaram a severidade do destino de seus próprios olhos com a ajuda da ilusão, da embriaguez ou do fanatismo. Ninguém que não esteja protegido pela armadura de uma mentira pode sofrer a força sem ser atingido até a alma por ela. A graça pode prevenir que esse sopro nos corrompa, mas não pode prevenir a ferida.g


Simone Weil, "A Ilïada ou O poema da força". Escrito em 1939, a propósito da iminente guerra. Assinado com um anagrama, Émile Novis, porque um judeu não podia ser publicado.


Traduzido para o português por Ruy Gardnier, e publicado em:
http://www.contracampo.com.br/86/artgeometriadaforca.htm#1 , a partir de um artigo de Tag Gallagher, origninalmenete publicado em Cahiers du sud, XIX, 230, December 1940.
O artigo de Weil citado por Gallagher "A Ilïada ou O poema da força" está publicado na compilação Simone Weil: a condição operária e outros estudos sobre a opressão, organizada por Ecléa Bosi e editada pela editora Paz e Terra, Rio de Janeiro. A segunda edição é de 1996.

domingo, 1 de abril de 2007

Caos? Tumulto? Anarquia? + E agora, turma que só mexe a bunda em fevereiro?

Domingo, 1 de abril de 2007 - 20:46 - termina a primeira parte da cobertura do global Fantástico sobre o apagão aéreo:
“Nossa reportagem em trânsito nos aeroportos bem no momento do apagão aéreo.”
(Renata Ceribelli, Caco Barcelos, Wiliam Wallace)

***

“É só no grito que as coisas andam nesse país?”
“O que a senhora está querendo?”
“Quero uma cama pra dormir, um banheiro pra URINAAAR!”

***

“Ah, eu sou do nordeste.”
“Esse papelão, conseguiu onde?”
“Ah, é o mesmo que usam nas caixas pra trazer comida pra gente. Peguei lá na TAM.”
“A cama é de solteiro ou casal?”
“Casal, né! Heh.”

***

“Agora a gente sai do avião e vai pra onde?”

***

Um teco de Polenguinho nos dedos em pinça na mão direita, uma pacote de biscoitos na mão esquerda:
“Olha minha refeição, olha em que ponto as coisas chegaram.”

***
“Ordem e Prougrresso em su banderra. Prougrresso. Cadê prougrresso?”
A câmera continua seguindo
“MIERRDA!”

***

“...está noiva e está presa no aeroporto bem na data do casamento. Na mão mostra o enfeite que ela mesmo preparou para o bolo.”
“Pus até os detalhes de cada um no enfeite. - Chuif!”
“Como assim, que detalhes?”
“Brinquinho, topete...”

***

Fulano do lado de fora da situação na TV:
“Bem-feito! Pra essa classe-medíocre aprender um pouco o que é ser mendigo!”

***

Beltrano do lado de fora da situação na TV:
“Não é possível, esse Lula não vai fazer nada?”

***

Cicrano do lado de fora da situação na TV:
“Quem sou eu?”
Gongo
“Decretado.”
“Hoje.”
“Estado”
“De.”
“Sítio.”
“No país.”

sexta-feira, 23 de março de 2007

Vitruvius + Da Vinci

A poeira assentou um pouco, então me dá licença, agora eu tomo a palavra.

No calor da hora tem muita coisa que não adianta falar. Dize-las mais tarde faz bater uma brisa que diz “...sssstupidezzzzzdasssssuaparteeehh...”, que pra quem fala serve como vingança ou ufanismo.

Nenhum dos dois me interessa, só quero lembrar da melhor fatia do bolo, a grande sacada do Dá-20 quando fez um belíssimo e útil desenho. Veja bem: o toscano tinha um traço do cacete (veja seus outros desenhos) e pra dizer a verdade, desenho pra entretenimento é legalzinho, mas é banal perto desse; e desenho de arte serve a si mesmo, às demais pessoas, mas não resolve questões que cozem os miolos científicos há tempos.

Desde já assumo que sou muito do mequetrefe em matemática. Em toda matemática; sem distinção, porque eu não sou disso. Pensando agora, deve ter sido obra celestial eu ter chegado até aqui, academicamente falando. Até os (Da) 20 anos achava uma coisa insuportável, parecia que alguém escarrava na massa cinzenta antes de meter lá um cartaz pesado que vai entortando, girando, e caindo-caindo pousa lá na pança onde ácidos consumiam números, incógnitas, operações. Ato contínuo, DP. Por isso, se eu escorregar me deixe caído onde estou, ria do meu tombo (creia-me; se acontecer vai ser escandaloso. Aí, percebendo, é fácil chutar de canto), mas não ignore o que segue, porque me baseei em outros que expuseram o fato melhor que eu faria inicialmente.

Isso porque, antes de todo o ganha-pães que o falaz Dan Brown espremeu da acne que alguns chamam de cérebro, antes de todo o sobe-nas-tamancas que os cristãos-religiosos desempenharam (dia desses você entende que cristianismo tem pouco de religião, e que mais do que isso nalguma coisa, é tudo, menos cristianismo), antes de todos os tiritares (ou titilares) do conspiracionismo cagão, o homem vitruviano é uma resposta de um cara que dominava o ofício do desenho para um desafio matemático, como aquele, a “conjectura Poincaré”, pela qual recentemente o russo Gregori Perelman seria premiado com Medalha Fields (
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u15058.shtml).

O enigma não era contemporâneo ao “decifra-me ou te devoro”, mas em relação ao Da Vinci também era mezzo vetusto; tinha pelo menos 1500 anos. Formulado na época pelo arquiteto grego Marcus Vitruvius Pollio ( séc. I a.C.), que influenciou a arquitetura da Idade-média, mais especificamente as igrejas da época, que receberam influência das basílicas e templos do arquiteto. Cogita-se que um certo esquecimento da obra de Vitruvius se deu na Idade-média pela falta de formação acadêmica (sempre a maledeta) por parte dos arquitetos da época; a arquitetura era tida como uma espécie de artesanato, por ser apreendida pela instrução de arquitetos experientes. Outra possibilidade é que, com o advento da arquitetura gótica, por não apresentar instruções para abóbadas e arcos em seus textos, Vitruvius tenha sido ligeiramente esquecido.

No referente às informações vitruvianas sobre templos, havia um ponto que afirmava que templos deveriam ser erguidos baseados nas proporções humanas, já que este ser é detentor de proporções divinas. Era necessário, entretanto, que este homem fosse um em determinado; as proporções diferem de um ser humano para outro e variam por influência de postura, patologia, e outros hábitos; era preciso considerar um homem-modelo no qual as proporções adequadas figurassem:

° Face - da ponta do queixo ao topo da testa: 1/10 da altura do corpo;
° Palma da mão - do pulso ao topo do dedo médio: 1/10 da altura do corpo;
° Cabeça - do queixo ao topo: 1/8 da altura do corpo;
° Base do pescoço às raízes do cabelo: 1/6 da altura do corpo;
° Meio do peito ao topo da cabeça: 1/4 da altura do corpo;
° Pé: 1/6 da altura do corpo;
° Largura do peito: 1/4 da altura do corpo;
° Largura da palma da mão: quatro dedos;
° Largura dos braços abertos: altura do corpo;
° Umbigo: centro exato do corpo;
° Base do queixo à base das narinas: 1/3 da face;
° Nariz - da base às sobrancelhas: 1/3 da face;
° Orelha: 1/3 da face;
° Testa: 1/3 da face.

Não bastando a meticulosidade das exigências anteriores, o corpo desse homem-modelo, o quem-me-dera das bibas enrustidas arianas, deveria estar contido nas duas formas geométricas perfeitas, a do círculo e a do quadrado, com os braços e pernas estendidos. Melhor que passatempo Coquetel, não?

Por 150 séculos ninguém fez conta do mistério vitruviano, até a retomada da influência greco-romana na Renascença. Com isso o enigma voltou à moda e os inveterados por Sudoku (ponto cardeal para indicar os pés) da época notaram que a maior complicação não eram as proporções, mas aplicar o uomo perfetto às formas geométricas.

Até Leonardo as bizarrias pictóricas eram em nome do enigma vitruviano; alguns aventureiros centralizavam tanto o quadrado como o círculo num mesmo ponto, o resultado era um frankestein com o tronco do ET e membros do Rodolfo (lembra deles?), apto a praticar tênis enquanto esquia na neve, sem nenhum aparato.

O que todo participante abestado (salve, Tiririca) de American Inventor deveria aprender antes de sua estultícia mata-lo, foi o que Da Vinci tinha e pelo que já era famigerado há muito: encarar um problema aparentemente sem solução por uma outra via, de uma outra perspectiva (a cartilha básica de todo publicitário criativo ou profissional que faz uso intenso da criatividade); a merda na estrada, não é só bosta, pode ser um rico reino de bactérias, pode ser um DVD abandonado do filme de 2006 e/ou 2008 de Ron Howard.

Tambores rufando: Ao invés de centralizar quadrado e círculo, Leonardo encontrou a solução do enigma vitruviano posicionando ambas as formas na mesma base. O passo seguinte foi desenhar o homem-modelo nas proporções do enigma. Com isso ele comprovou que a altura do corpo da figura vitruviana é igual à largura dos braços abertos, e se adequava perfeitamente a um quadrado. Os braços erguidos ao nível do topo da cabeça tocam o círculo e o mesmo acontece com as pernas abertas. Pernas fechadas e braços estendidos tocam o quadrado, formando: o primeiro com o topo da cabeça, a altura do quadrado; o segundo, pela envergadura braçal, a largura do quadrado.
Importa observar também que a área total do círculo é a mesma que a área total do quadrado.
A ilustração de Da Vinci pode ser interpretada também pelo escopo matemático: a figura é um algoritmo matemático pelo qual se calcula o valor do número irracional "phi" (1,618); ou seja, se você tem a área matemática do cérebro esquisita como a minha, e ainda assim quer se meter com cálculos, Da Vinci te deu uma mãozinha. O desenho também pode ser visto em última análise como um símbolo da simetria básica do corpo humano e da relação desta com o universo.

As idéias de proporção vitruviana, também pela contribuição de Da Vinci, influenciaram muito da história da arte. Na pintura, gerando um ideal figurativo de perfeição, e na arquitetura; na Renascença pintores acumulavam as funções de arquitetos, engenheiros e sabe-se lá mais o que (alguns gostam de afirmar que também sobrava tempo pra uma cervejinha com a sociedade secreta), com isso dá pra adivinhar onde iam parar as idéias: em tudo que é construção que influenciou a arquitetura de toda Europa ocidental.

O papo de pentagrama e outras coisas escondidas veio bem depois, quando Leonardo Da Vinci já havia tornado ao pó. Se bem que no caso dos suspostos escondidos, havia sim gente que não perdeu muito tempo em se aproveitar do desenho davinciano. A coisa veio por intermédio de nefelibatas, ocultistas, paranóicos e oportunistas que, ao invés de olhar para as fezes de uma outra perspectiva, viam excremento em todas as perspectivas.g


As últimas ilustrações são de um livro chamado "De Philosophia Occulta" (Livro II, Cáp. 27 - Paris, 1531), de um autor renascentista de nome Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (1486-1535. http://pt.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Cornelius_Agrippa_von_Nettesheim), mago, astrólogo, alquimista e escritor de ocultismo. Essas sim são ilustrações com teor ocultista, que por mais que pareça seguir o enigma vitruviano, não o fazem, mas talvez sofram influência ou se inspirem - Da Vinci nasceu em 1452 e morreu em 1519, é possível que tenha sido capaz de mais um feito: influenciar muito rapidamente sua própria época, levando-se em conta que fama e obras não se propagavam com a velocidade de hoje. E claro, não eram feitas pra durar 5 minutos.


Texto reinterpretado do blog http://dwd3.blogspot.com/2007_01_01_archive.html e acrescido de muita coisa na web e de conhecimentos pessoais. Também http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Pela ordem - 1

Dos filmes aqui da Mostra de SBC, os que mais apreciei foram, pela ordem:
1 - "Reis e Rainha", junto de "Caché";
2 - "Volver";
3 - "O Homem Urso";
4 - "A criança";
5 - "C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor";
6 - "Uma verdade inconveniente";
7 - "A grande viagem", junto de "Conversando com mamãe" (que não vi por falta de ânimo);
8 - "Chunhyang – o amor proibido", junto de "Banhos" (que não vi por achar sacanagem programarem um filme de 2000 e outro de 1999, sendo a Mostra 2007 - que tirassem um dia da programação, mas não, nossos trocados valem muito);
9 - "Querida Wendy" (melhor seria não ter visto).g

Depois concluo o post, com comentários decentes.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Mostra Internacional de Cinema de SBC 2007

No TEATRO CACILDA BECKER – Praça Samuel Sabatini – Paço Municipal – Tel.: 4348-1081– Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00 (estudantes e pessoas com 60 anos ou mais).

Vai começar de novo. De novo vou tentar ir em tudo – até mesmo em “Querida Wendy” e nos filmes meio veios, que nem do ano passado são. De novo vou falar do preço (não vou reclamar do preço baixo, que parece invejar o do CCBB – e queira Deus que se for invejar algo inveje apenas o preço): Mas cá entre nós, num país que vive com inflação baixa e vive elevando preços como nos tempos de alta inflacionária, mas querendo passar a impressão via a alegação de que a culpa das altas são outras coisas, como no caso das chuvas acabando com as colheitas e outros blábláblás, até mesmo um órgão público acha corriqueiro viver numa dimensão paralela do país, no que tange a preços? Me refiro a seguinte matemática: no ano passado o ingresso era 3,00 paus, nesse ano é 4,00. Dá uns 30% de aumento, se não me engano. A inflação anual de 2006 ficou por volta dos 3%. Quer dizer, acompanhando a inflação anual essa entrada deveria ser uns R$3,10 hoje. Tudo bem, a entrada ainda continua barata, pode ser que eles tiveram que aumentar porque os distribuidores deles também aumentaram os preços, pode ser encanação minha, pode ser melhor você esquecer esse primeiro parágrafo e passar para o que interessa logo abaixo.

De 18 de janeiro a 25 de fevereiro, a Secretaria de Educação e Cultura da Prefeitura de São Bernardo do Campo, por meio do Departamento de Ações Culturais, promove o ciclo Cinema Internacional em São Bernardo no Teatro Cacilda Becker. Ao todo, serão exibidos 12 filmes, dois títulos por semana, de quinta a domingo, em um caleidoscópio do que se faz de melhor na sétima arte, uma vez que são produções de diversos países, como França, Argentina, Espanha e China, entre outros. Os ingressos custam R$ 4,00, sendo que estudantes e pessoas com 60 anos ou mais pagam R$ 2,00.A mostra começa com o filme A Grande Viagem, do diretor Ismaël Ferroukhi, que retrata a longa viagem de pai e filho à sagrada cidade muçulmana de Meca, durante a qual ambos passarão a se conhecer melhor. Ainda na primeira semana, será exibido o filme argentino Conversando com Mamãe, de Santiago Carlos Oves, que traz a história de um filho que passa por sérios problemas financeiros e resolve vender a casa onde vive sua mãe, com quem não conversa há tempos.Confira a seguir a programação do ciclo Cinema Internacional em São Bernardo e não deixe de aproveitar.

c A GRANDE VIAGEM (França/Marrocos – 2004) – 108 min. Homem idoso descobre que lhe restam poucos dias de vida e decide realizar o sonho de fazer a peregrinação a Meca, cidade sagrada muçulmana. Quem tem a incumbência de levá-lo é seu filho, um jovem que vive no sul da França e não tem muito contato com ele. Durante a longa viagem, que atravessa diversos países, eles passarão a se conhecer melhor. Produção: França/Marrocos. Direção: Ismaël Ferroukhi. Com Nicolas Cazalé e Mohamed Majd. Recomendação etária: 12 anos.
= Dia 18/jan quinta: 20h - Dia 20/jan sábado: 20h - Dia 21/jan domingo: 16h
CRÍTICA:
http://www.cranik.com/agrandeviagem.html

c CONVERSANDO COM MAMÃE (Argentina – 2004) – 80 min. Despedido da empresa em que trabalhava, Jaime se vê em uma crise financeira. Resolve então vender o apartamento onde mora sua mãe e trazê-la para morar consigo, mas ao procurá-la para informar seus planos, surpreende-se com sua resistência em se mudar e o fato dela ter um namorado. Produção: Argentina. Direção: Santiago Carlos Oves. Com Eduardo Blanco, China Zorrilla e Ulises Dumont. Recomendação etária: 12 anos.
= Dia 19/jan sexta: 20h - Dia 20/jan sábado: 16h - Dia 21/jan domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=&artigo=877
http://www.eca.usp.br/gestcom/aton_est/trabest16/trabestp2.asp?alunid=21

c REIS E RAINHA (França – 2004) – 150 min. Diretora de uma galeria de arte está prestes a se casar pela terceira vez, acreditando que desta vez finalmente encontrou o homem certo. Ao descobrir que seu pai está doente, ela pede ajuda a um ex-amante, que concorda em ajudá-la visando fugir de iminente internação em hospital psiquiátrico. Produção: França. Direção: Arnauld Desplechin. Com Catherine Deneuve, Emmanuelle Devos e Mathieu Amalric. Recomendação etária: 14 anos.
= Dia 25/jan quinta: 20h - Dia 27/jan sábado: 20h - Dia 28/jan domingo: 16h
CRÍTICAS:
http://www.contracampo.com.br/75/reiserainha.htm
http://www.zetafilmes.com.br/criticas/reiserainha.asp?pag=reiserainha

c QUERIDA WENDY (Dinamarca/França/Alemanha/Inglaterra – 2005) – 101 min. Jovem habitante da pequena cidade americana de Estherslope fascina-se por uma pistola, batizando-a de Wendy. Convence outros garotos a fundar um clube secreto baseado nos princípios do pacifismo e da posse de armas, mas uma situação colocará em xeque o cumprimento das regras. Produção: Dinamarca/França/Alemanha/Inglaterra. Direção: Thomas Vintenberg. Com Jamie Bell, Bill Pullman, Michael Angarano. Recomendação etária: 14 anos.
= Dia 26/jan sexta: 20h - Dia 27/jan sábado: 16h - Dia 28/jan domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.contracampo.com.br/75/dearwendy.htm
http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=1&artigo=939

c CHUNHYANG – O AMOR PROIBIDO (Coréia do Sul – 2000) – 133 min. Na Coréia do final do século 17, filho de governador local prepara-se para ir à capital completar seus estudos e se tornar oficial. Porém, antes de partir, ele se apaixona por uma bela filha de uma cortesã, com quem se casa em segredo. Enquanto está fora, a amada é condenada à morte por um novo governador e somente o jovem pode salvá-la. Produção: Coréia do Sul. Direção: Im Kwon Taek. Com Lee Hyo-Jeong, Cho Seung-Woo.
= Dia 1/fev quinta: 20h - Dia 3/fev sábado: 20h - Dia 4/fev domingo: 16h
CRÍTICAS:
http://www.contracampo.com.br/79/chunhyang.htm
http://adorocinema.cidadeinternet.com.br/filmes/chunhyang/chunhyang.asp

c A CRIANÇA (Bélgica/França – 2005) – 95 min. Jovem de 18 anos acaba de dar à luz a um menino, cujo pai, dois anos mais velho, vive de pequenos roubos. Ambos possuem visões bastante diferentes sobre o que representa o nascimento do bebê, ainda mais porque os atos do jovem pai em relação ao filho criam sérios dilemas existenciais para o casal. Produção: Bélgica/França. Direção: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne. Com Jérémie Renier e Débora François. Recomendação etária: 12 anos.
= Dia 2/fev sexta: 20h - Dia 3/fev sábado: 16h - Dia 4/fev domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.revistacinetica.com.br/acrianca.htm
http://contracampo.com.br/80/lenfant.htm

c BANHOS (China – 1999) – 92 min. Abandonado pelo filho mais velho, que foi para outra cidade tentar melhor sorte, pai de família fica em Pequim cuidando do filho retardado e exercendo a profissão de mestre de uma casa de banho. Acreditando que o pai tinha morrido, o filho mais velho volta para a capital chinesa e descobre a importância da casa de banho para a comunidade. Produção: China. Direção: Zhang Yang. Com Jiang Wu, Pu Quanxin, Zhu Xu. Recomendação etária: 16 anos.
= Dia 8/fev quinta: 20h - Dia 10/fev sábado: 20h - Dia 11/fev domingo: 16h
CRÍTICAS:
http://www.contracampo.com.br/22/banhos.htm
http://www.zetafilmes.com.br/criticas/banhos.asp?pag=banhos

c O HOMEM URSO (EUA – 2005) – 100 min. Documentário que acompanha a vida e a morte de Timothy Treadwell, ecologista e especialista em ursos, que foi ao Alasca por treze verões consecutivos para viver desarmado entre esses animais, documentando a viagem com uma câmera nas últimas cinco vezes. O diretor usa as filmagens feitas pelo ecologista, morto por um urso, para entender a difícil relação entre homem e natureza. Produção: EUA. Direção: Werner Herzog. Recomendação etária: 12 anos.
= Dia 9/fev sexta: 20h - Dia 10/fev sábado: 16h - Dia 11/fev domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.cinemacomrapadura.com.br/criticas/?id_critica=644
http://www.revistacinetica.com.br/ursopaulo.htm
http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=1&artigo=1013

c UMA VERDADE INCONVENIENTE (EUA – 2006) – 100 min. Documentário no qual o ex-vice-presidente dos EUA apresenta uma análise minuciosa sobre o aquecimento global, abordando os mitos e equívocos existentes a respeito do assunto, além de propor possíveis saídas para que o planeta não seja vítima de grandes catástrofes climáticas nas próximas décadas. Produção: EUA. Direção: Davis Guggenheim. Com Al Gore. Recomendação etária: 12 anos.
= Dia 15/fev quinta: 20h - Dia 17/fev sábado: 20h - Dia 18/fev domingo: 16h
CRÍTICA:
http://www.contracampo.com.br/83/mostraumaverdadeinconveniente.htm
http://www.cinemacomrapadura.com.br/filmes/?id_filme=2821

c CACHÉ (França/Áustria/Alemanha/Itália – 2005) – 117 min. Casal recebe uma fita de vídeo com imagens de sua casa, feitas por uma câmera instalada na rua, e depois passa a receber desenhos sinistros. Na busca pelo autor das misteriosas ameaças à paz da família, Georges e Anne notam que o perseguidor conhece muita coisa do passado, mais do que poderiam esperar. Produção: França/Áustria/Alemanha/Itália. Direção: Michael Haneke. Com Daniel Auteuil e Juliette Binoche. Recomendação etária: 16 anos.
= Dia 16/fev sexta: 20h - Dia 17/fev sábado: 16h - Dia 18/fev domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.revistacinetica.com.br/cachemecchi.htm
http://www.contracampo.com.br/75/cache.htm

c VOLVER (Espanha – 2006) – 121 min. Raimunda tem um marido desempregado e uma filha adolescente. Sua irmã Sole é cabeleireira e vive sozinha desde que o marido a abandonou. Após a morte da tia Paula, as duas irmãs tentam ajudar a filha de Raimunda, que matou o pai quando este tentou abusar dela. E as duas vão ter o conforto do espírito da mãe. Produção: Espanha. Direção: Pedro Almodóvar. Com Penélope Cruz, Carmen Maura, Lola Dueñas e Yohana Cobo. Recomendação etária: 14 anos.
= Dia 22/fev quinta: 20h - Dia 24/fev sábado: 20h - Dia 25/fev domingo: 16h
CRÍTICAS:
http://www.revistacinetica.com.br/volvercartaz.htm
http://www.contracampo.com.br/82/festvolver.htm
http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=1&artigo=1113

c C.R.A.Z.Y. – LOUCOS DE AMOR (Canadá – 2005) – 127 min. O filme acompanha a trajetória de Zachary, o quarto dos cinco filhos de uma família conservadora de classe média canadense, do nascimento à adolescência, quando surgem dúvidas a respeito de sua própria sexualidade. Inicialmente vem a negação, mas a maturidade chega com uma libertadora viagem mística por Jerusalém. Produção: Canadá. Direção: Jean-Marc Vallée. Com Michel Côté, Danielle Prouix, Marc-André Grondin. Recomendação etária: 16 anos.
= Dia 23/fev sexta: 20h - Dia 24/fev sábado: 16h - Dia 25/fev domingo: 19h
CRÍTICAS:
http://www.contracampo.com.br/82/festcrazy.htm
http://www.criticos.com.br/new/artigos/critica_interna.asp?secoes=1&artigo=1087