domingo, 12 de setembro de 2010

Chabrol se foi. Ironia da ironia.

Agora lembraram que Chabrol vivia, e correrão para uma restrospectiva. Mas não poderão acompanhar a evolução de um cineasta, apenas de seus filmes, e o quanto ele já não era mais nouvelle vague, afinal, não havia nova onda nenhuma, apenas o mar. O mar não secou, mas Chabrol já sumiu no horizonte; agora correrão nadando atrás do barco até se cansar, e aí voltarão. "E la nave va" - dirão em ironia tosca.

Umas marolinhas de alguns meses atrás, se é que alguém quis se dar conta e percebeu-a:

"Nossa geração não pensava na carreira, queríamos criar obras. Não estou seguro de que hoje realmente se intente fazer cinema."

Antes:

"E porque me empenho em desmascarar a moral dúbia só poderia descobrir um psiquiatra".

Não que ele estivesse esquecido, mas fora a confetagem do "um dos fundadores da nouvelle vague", quiseram o que de Chabrol, a não ser um sutil aturar o velhinho depois de tanto tempo, pelo menos ele faz filme pra tchurma metida a cult (Les biches) ou uma veiaradinha?

"Nossa, que amargura" - luto da fina ironia e do suspense. A comédia do poder.

http://www.youtube.com/watch?v=cfKMixvLqE0&p=0B389E253672DE8F&playnext=1&index=31

http://www.youtube.com/watch?v=9He4z6lTTLQ