quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Encarnação de um gênio

Preconceituosos, cineposers, guardiões do bom gosto, hipócritas culturais, o mercado que faz esforço pra ser pop, o povão que imagina usar os próprios miolos (mas pensa com os miolos de grandes publicações nacionais, tipo VEJA), os autoelitizados, os cine-hedonistas, os puristas, os cegos-surdos, os vegetativos, os objetos inanimados e os sem acesso ao cinema podem até dizer que não gostaram do filme, mas dizer que o filme é ruim, heh, meu filho, teu conceito de cinema é esquisito; aliás ele é que é thrash.

A entrada em circuito nacional de "Encarnação do demônio" (BRA - 2008 - José Mojica Marins) deveria ser ponto facultativo nacional.

Gracejos feito "Mais do que você imagina", "O grande Dave", "A múmia 3", "Era uma vez...", "Hancock", "A caçada", "Viagem ao centro da terra", "Arquivo X", ou até "Batman", de certo modo não deveriam ser maior preferência de público brasileiro, que se avança numas coisas, no que tange a preferência de entretenimento cinematográfico retrocede ou estaciona no tempo. Reclamam de cinema brasileiro ser expressão cultural da mesmice sociológica, regionalista, elitista, noveleira global. O cinema brasileiro atual é pouco diversificado em gênero, e quando envereda por gênero é comum ser fraco. Mojica sempre foi e novamente é o oposto disso.

Qualquer atividade comercial sem demanda pára. Brasileiro que gosta de cinema e vive enojado pelo nacional, meta na cabeça que se não se faz filme que você procura por estas paragens, não é só devido a interesses exclusivamente comercias de classe cinematográfica dominante, internacional e nacional, ou por um setor que você julga arrogante apenas por ter mais repertório educativo e cultural que você. Não transfira sua culpa: as oportunidades de reverter certas situações existem, e você quando prestigia é que põe a máquina em movimento.

Do contrário sua estultícia informa que você de fato é um dominado que imagina ser livre, um manipulado por marketings, propagandas e comunicações estratégicas que definem sua preferência. Mas porque você cede, não porque as práticas são fazedoras de zumbis; você se deixa fazer. Por isso que dar crédito a paranóia de mensagens subliminares que dominam sociedades é panaquice: isso é só medo e a responsabilidade que você tem de se manter livre tomando forma, é sua culpa sendo transferida pra uma lenda paranóica; você só não será ridicularizado pelos que procedem como você. VOCÊÊÊ!

Crítica: http://www.revistacinetica.com.br/encarnacaododemonio.htm

Nada de estrelas ou deseinhos. Aprovação: 83,4%
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