quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Beslusconi+Lula

Índice de aprovação do primeiro ministro da Itália, Silvio Beslusconi, subiu após meiga agressão de Massimo Tartaglia, que as más linguas disseram ser um lelé da cuca apolítico - ou melhor, sem partido. O índice subiu para 55,9%, contra os 48,6% em novembro.

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No Brasil, a aprovação do Presidente Lula também subiu: pra 78% em dezembro. Mas aqui o ferido, e em estado realmente grave, foi Fábio Barreto, diretor do filme (""?).
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domingo, 22 de novembro de 2009

Agora vai?

Ministério da Cultura quer abrir cinemas em cidades pequenas

Projeto lançado nesta quarta(4) quer levar cinema para cidades entre 20 mil e 100 mil habitantes.

O Ministério da Cultura e a Agência Nacional do Cinema (Ancine) lançaram hoje (4) o projeto Cinema da Cidade que pretende viabilizar a construção ou reabertura de cinemas em cidades de pequeno e médio porte (entre 20 mil e 100 mil habitantes). Dos 1.371 municípios brasileiros com essa população, apenas 194 possuem salas de cinemas.

Durante lançamento do projeto, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, alertou para a elitização do cinema, já que a maioria das salas em funcionamento no país se encontram dentro de shoppings. O projeto pretende descentralizar a exibição cinematográficas e levá-las às classes mais baixas da população. “Cultura é a economia que mais cresce no mundo e o Brasil até hoje não conseguiu dar a devida importância”, disse o ministro.

Para participar, as prefeituras devem apresentar à Ancine o projeto de construção ou recuperação das salas de cinema. Uma vez contemplada, a prefeitura deverá selecionar, por edital público, uma empresa exibidora para a gestão do complexo. A Ancine repassará os recursos às prefeituras municipais.

O presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, que também compareceu ao evento de lançamento do projeto, prometeu apoio ao programa. “Em matéria de cultura, contem com o Congresso Nacional e com a Comissão Orçamentária”, afirmou. Alguns artistas como Eduardo Araújo, Chico César e Rosemary também participaram do evento.

Autor/Fonte: Agência Brasil - http://www.pedefigueira.com.br/brasil,652,ministrio-da-cultura-quer-abrir-cinemas-em-cidades-pequenas

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Celular + Photoshop - 1


Av. Senador Vergueiro, pra lá da meia-noite

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cinema: olhos do homem

Cruzar mídias e convergir variadas para alcançar o público não é novidade em propaganda. Algo mais novo é o olhar digital (antes só mecânico e químico) substituindo a experiência presencial.

Não que seja uma abominação uma teleconferência, mas daí muita gente se desfazer, por exemplo, no prazer de ler, de ir a uma livraria - pois se deixa de ir a uma livraria talvez pelo preço, oportunidade de compra ou comodidade de receber o livro comprado pela interenet - no mínimo indica algo em mutação, ou talvez, algo em vias de entrar em mutação (como alguém da ponta do trampolim a primeira vez, naquele instante em que o corpo cogita: altura/água). Nada de conservadorismo.

Vão dizer que usar o audiovisual da web faz alcançar o público, cada vez mais enxuto e seleto grupo de leitores de livros, de um modo que proporciona resultados. Isto, se o resultado retornar, e para tanto, o público tem de aceitá-lo como condutor de interesses que também se cruzam.

Só que se vingar o novo uso da mídia, não estará ela substituindo um processo não fundamental de compra, mas de expriência presencial? A arte também proporciona experiência ao ser humano, mas propaganda não é arte, nem toda bela produção audiovisual. Não estará a nova mídia superestimando o olhar, e começando a alocar nele o principal das experências antes presenciais, tácteis? O que muda? O que melhora?

Se ainda não temos respostas, ao menos novas fronteiras de trabalho audiovisual começam a surgir. Umas, mediante animação em After Effects ou Flash, por exemplo, utilizando em conjunto sonorização e algum desenho de som (a pós produção é a produção), como no caso dos comics norte-americanos da Marvel, que agora vive de megacruzamentos entre as diversas mídias que são cada uma de suas publicações - e isso não é novidade para a Marvel, na verdade o que se dá hoje é outra exacerbação; a editora vive de crossover seguido de crossover, onde as mídias-personagens não mais se desenvolvem tanto para algo novo, mas mais desempenham uma teia entre si para a escora de temas ou enredos.





Outras, pelo tradicional, mais custoso (mas de melhores resultados finais) modo de produção cinematográfico, em todas as fases de criação e produção, e também na pós-produção, redundam em filmes com a duração quase 6 vezes maior que os tradicionais comerciais de TV. Trailers de livros, que já desenham para você, antes de você imaginar durante a leitura: a imagem é superestimada então, fora do homem, e nem tanto nele (imaginar a leitura de um desses livros vem com uma dosesinha de condicionamento - coisa que nem sempre a mais vil das propagandas faz); tanto é que mais do que livro, acaba sendo o audiovisual que atrai o leitor - estatísticas apontarão o incremento da decepção comum a muitos livros no ato de ler?




A ferramenta de marketing já está sendo adotada no Brasil, em trailer para "O Seminarista", de Rubem Fonseca. Interessante notar que a decupagem deste já não age tão substitutivamente na relação imaginação-leitura, parecendo até proporcionar um via adicional a imaginação - mas será que o trailer não deveria ser visto após a leitura, ou ao anteceder a releitura do livro?






Não gostou do texto? Achou ele futurologista pra burro? Tudo bem, um dia, se a imaginação cair em desuso, quem sabe o texto não fica cult ou volta a moda?

Deus me livre! Qualquer hora eu deleto este post.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Coisas que o Youtube não tem



Tá, o Paul Simon pode ser gêmeo do Bolaños, mas essa música é bela.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dragon Age: Origins - Launch Trailer

Um trailer de game bastante competente. Vale à pena uma espiada.

domingo, 11 de outubro de 2009

21ª Mostra de Video de Santo André

De 16 à 18 de Outubro de 2009, em Santo André. Quem puder, compareça, tem filme meu lá que fiz na ELCV, o curta "Espírito de Armar" (BRA - 2009 - 13 minutos) - livre adapatação de Hamlet, que propõe suberversão sutil, reorientando aspectos da obra. Claro, muitos outros filmes competindo; o meu está em mostra paralela, não compete. A programação:

16 de OUTUBRO

19h00– Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal
Cerimonial de abertura da 21ª Mostra de Vídeo de Santo André.

19h30– Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal
(Exibição dos trabalhos selecionados para a 21º Mostra de Vídeo de Santo André).


ANA BEATRIZ (Ficção / 9’00’’/ HD)
Diretora: Clarissa Cardoso | Brasília – DF | “Ana Beatriz e Paulo Roberto ainda não se conhecem, mas foram feitos um para o outro”.

CRISÁLIDA (Vídeo-dança / 4’00’’/ Mini DV)
Diretora: Paula Ramos | Santo André – SP | “O vídeo apresenta um corpo inquieto. Um impulso desencadeia incômodo e o leva a uma movimentação inesperada”.

ENFIM DOIS (Comédia / 7’00’’ / 35 mm)
Diretor: Thiago Vieira | São Paulo – SP | “O filme mostra um pequeno trecho da história de um casal crise”.

ÍCARO DA SILVA (Ficção / 4’48’’ / Mini DV)
Produtora: Associação Cultural Kinoforum | São Paulo – SP | “Garoto sonha em voar, tentando de diversas maneiras inusitadas”.

A MONTANHA MÁGICA (Documentário / 13’00’’/ 35 mm)
Diretor: Petrus Cariry | Fortaleza – CE | “De tanto se divertir lá em cima ele caiu, quinze metros, faltou ar! Até onde vai a verdade? Até onde vai a imaginação?”.

A PASSAGEIRA (DO TREM DAS ONZE) (Documentário – Animação / 12’30’’ / Mini DV)
Diretor: Rogério Nunes | São Paulo – SP | “Histórias e estórias do Tramway da cantareira, o famoso trem que inspirou a canção de Adoniram Barbosa”.

SAMPARKOUR (Documentário / 6’40’’/ Mini DV/DV)
Diretor: Wiland Pinsdorf | São Paulo – SP | “Um documentário que revela a cidade de São Paulo. Onde a maioria das pessoas vê obstáculos, Zico Corrêa enxerga novas possibilidades”.

TRIPULANTE (Experimental / 1’20’’/ VHS – Super VHS)
Diretor: Dirnei Prates | Porto Alegre – RS | “Memórias, citações e alegorias num momento de despedida”.

17 de OUTUBRO

Programação Paralela

12h00 / 12h30 / 13h00– Escola Livre de Cinema e Vídeo (Chácara Pignatari)

Cine Dança Infantil:Exibição de curtas produzidos para crianças e, em seguida, bate-papo com Tamara Ka. O Cine Dança Infantil se dá em parceria com a E.L.D. – Escola Livre de Dança de Santo André e será realizado na sede da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André – Av. Utinga, 136 – Chácara Pignatari.

Tamara Ka: trabalha com audiovisual desde 1990 e desde 2000 é professora em comunicação, semiótica da cultura e questões ligadas ao audiovisual e as artes visuais e cênicas. Já produziu documentários para a TV Cultura, e inúmeros trabalhos para instituições tais como SESC e Itaucultural. Em 2007 publicou o livro Memória do Efêmero.

MESA REDONDA: “Cinema alternativo, como sobreviver?” - 17h00 –Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Uma discussão sobre o audiovisual na região do ABCD e arredores: “os caracteres artísticos experimentais”, “o fazer audiovisual e sua interação com a cidade”, “as possibilidades nas leis de incentivo”...

Com Diaulas Ullysses (Coordenador do Cine Eldorado de Diadema), Reginaldo Túlio (coordenador do projeto Cine-Favela) e Fábio de Arruda (da produtora Família Brasil e coordenador do projeto Curta Química e Natureza).

PALESTRA: “Exibir para difusão e reflexão” - 18h30 –Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Com Willian Hinestrosa: Formado em filosofia. É coordenador dos programas brasileiros do Curta Kinoforum – Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo. De 1999 a 2002, atuou na organização do Festival de Cinema em Super 8 de São Paulo, realizado no Espaço Unibanco de Cinema.


20h00 –Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Mostra Paralela: Trabalhos da Escola Livre de Cinema

OFÉLIA (Ficção / 2’ 30’’ / mini dv)
Santo André - São Paulo | Diretora: Margarida Amorim | “Abandonada por todos, Ofélia se entrega ao doce beijo da loucura.”

ESPÍRITO DE ARMAR (Ficção / 13’ 00’’ / Digital DV)
Diretor: Angelo Szamszoryk | “Livremente Inspirado na obra Hamlet, de Willian Shakespeare.”

Exibição dos trabalhos selecionados para a 21º Mostra de Vídeo de Santo André.

AUTONOMISTAS (Documentário / 14’52’’ / Mini DV)
Diretor: Marcos Paulo Galinari | São Caetano do Sul – SP | “Relato da luta dos líderes autonomistas pela emancipação político-administrativa da cidade de São Caetano do Sul ocorrido em 1948”.

DARLUZ (Ficção / 15’00’’ / Mini DV)
Diretor: Leandro Goddinho | São Paulo – SP | “Dei José, dei Antônio, dei Maria. Dei, daria e dou. Não posso criar”.

ENIGMA SOBRE A TERRA (Animação / 3’00’’ / HDV)
Diretora: Bárbara de Azevedo | São Paulo – SP | “A inusitada aparição de um enigma sobre a terra”.

ORLANDO MATTOS ENTRE O SAGRADO E O PROFANO (Documentário / 15’00’’/ VHS/ SUPER VHS / Mini DV / DV)
Diretor: Diaulas Ullysses | São Bernardo do Campo – SP | “O homem e artista Orlando Mattos nos conduz ao seu próprio universo do desenho, da pintura e da vida, onde singelas imagens do seu cotidiano são transpostas sob um olhar crítico e sensível”.

REVERSO (Ficção / 5’38”/ 35 mm)
Diretor: Francisco Colombo | São Luis – MA | “O que diferencia os indivíduos é a capacidade de realizar determinados atos”.

SEMEADOR URBANO (Ficção / 7’30’’ / Mini DV)
Diretor: Cardes Amâncio | Belo Horizonte – MG | “Uma ficção da realidade das plantas que reconquistam seu espaço entre o concreto de uma metrópole”.

O SONHO DE JONAS (Ficção / 5’48’’ / Mini DV)
Diretores: Gustavo Chiappetta e Jorge Henrique Maia | São Paulo – SP |“Jonas foi expulso do seu ovo e teve que sair do seu silencioso e quente aconchego. Mas tudo isso irá mudar! Nosso herói vai à luta, custe o que custar!”.

A TELEVISÃO (Vídeo-dança / 6’25’’/ Mini DV)
Diretor: Marcelo Moraes | São Paulo – SP | “Baseado na idéia do que a televisão causa nos seus expectadores e quais as manifestações corporais presentes no ato de assistir televisão”.

TROTV (Experimental / 1’53’’/ Mini DV)
Diretor: Nelton Pellenz | Porto Alegre - RS | “Uma narrativa autoral a partir de tomadas feitas sobre cenas de seriados de TV”.

18 de Setembro

14h00– Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Bate papo: “Cine Dança: a relação e intersecção entre a linguagem cinematográfica e o movimento da dança”. O evento é uma parceria da E.L.C.V. – Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André com a E.L.D. – Escola Livre de Dança de Santo André.

Tamara Ka: trabalha com audiovisual desde 1990 e desde 2000 é professora em comunicação, semiótica da cultura e questões ligadas ao audiovisual e as artes visuais e cênicas. Já produziu documentários para a TV Cultura, e inúmeros trabalhos para instituições tais como SESC e Itaú Cultural. Em 2007 publicou o livro Memória do Efêmero.


18h00– Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Palestra com Rubens Rewald: “Cinema digital: Por que fazer? Onde exibir?”

Rubens Rewald – professor de Roteiro para o Curso de Cinema e de Rádio e Tevê da Escola de Comunicação e Artes da USP. Já orientou vários cursos de realização e pesquisa audiovisual. De 1987 a 2006, atuou como roteirista, diretor e produtor da Confeitaria de Cinema, produtora de vídeos institucionais e documentários. Roteirizou e produziu várias produções cinematográficas entre elas: CORPO (ano de 2007) – longa de ficção produzido com recursos do MinC, do fomento do Estado de São Paulo e do Fomento da Prefeitura de São Paulo, exibido em muitos festivais do Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia.

19h30 –Auditório Heleny Guariba / Teatro Municipal

Mostra Paralela: Trabalhos da Escola Livre de Cinema

PRIMEIRO DIA (Ficção / 3’ 00’’ / Hi-8)
Realizado pelos alunos do projeto Primeiro Foco / E.L.C.V. | “O primeiro dia de uma garota na escola.”

CULATRA (Ficção / 2’40’’ / Mini Dv)
Diretor: Marcio Rodrigues Lima | “Um micro ato, um intenso ato de violência, uma grande metrópole.”

Exibição dos trabalhos selecionados para a 21º Mostra de Vídeo de Santo André.

3.33 (Ficção / 11’40’’ / Betacam)
Diretora: Sabrina Greve | São Paulo – SP | “Uma artista que está no limiar entre a vida e a morte constrói um universo delirante, misturando realidade e fantasia”.

AMANTES (Vídeo clip / 4’35’’ / Mini DV)
Diretor: Marcelo Moraes | São Paulo – SP | “Vídeo inspirado na música “Amantes”, do cantor Daniel”.

O DIVINO, DE REPENTE (Documentário – Animação / 6’20’’/ Super 16)
Diretor: Fábio Yamaji | São Paulo – SP | “Ubiraci Crispim de Freitas, personagem real conhecido como Divino, canta repentes e conta sua vida neste documentário animado com ficção experimental”.

ENTRELINHAS (Experimental / 2’47’’/ Mini DV)
Diretor: Nelton Pellenz | Porto Alegre – RS | “Entre as linhas, as entrelinhas”.

IMPEJ (Documentário / 10’00’’/ Mini DV)
Diretor: Rafael de Almeida | Campinas – SP | “Na busca do significado de uma palavra, outra visão do mundo”.

PONTES E PEGADAS (Vídeo-arte / 6’28’’/ Mini DV)
Diretor: Carlos Lotto | Santo André – SP | “A cidade de Santo André através do trabalho do artista plástico andreense Moisés Patrício, que utiliza materiais recicláveis e técnicas alternativas em suas gravuras e telas”.

A TAL GUERREIRA (Documentário / 14’00’’ / Mini DV)
Diretor: Marcelo Caetano | São Paulo – SP | “Um sound-system no cemitério. Go-Go Boys nos atabaques. Uma televisão no terreiro”.

VALPARAÍSO (Documentário / 15’00’’/ Mini DV)
Diretor: Diego Hoefel | Rio de Janeiro – RJ | “Naquele dia, eles cantaram por Valparaíso”.

Logo após a exibição haverá a divulgação dos premiados!

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Escola Livre de Cinema de Santo André
cinemaevideo@santoandre.sp.gov.br
Fones: 4997-1167 / 4997-2155

Auditório Heleny Guariba (anexo ao Teatro Municipal)
Praça IV Centenário, S/N - Centro – Santo André
Fone: 4433-0789

quarta-feira, 24 de junho de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Coleção de sinopses - I

Durante a Segunda Guerra Mundial, barcos alemães entregam ao Japão o coração do monstro de Frankenstein, no preciso momento em que explode a bomba de Hiroshima, contaminando radioativamente o coração.

20 anos depois, cientistas japoneses descobrem um jovem homem das cavernas vivendo nas montanhas e, por ter comido o coração radioativo, cresce a um tamanho gigantesco!"

O super-homem-das cavernas fica vagando pelo Japão até que explode o confronto com o dinossauro escavador Baragon, devorador do petróleo das refinarias.

Do filme "Frankenstein conquers the world (
Furankenshutain tai chitei kaijû Baragon)".


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira

Certa vez um episódio de “The twilght zone” trouxe um personagem míope que era um obstinado leitor, interpretado por Burgess Meredith. A personagem da esposa, era dura com o protagonista, impedia o desfrute da leitura; o chefe dele indignava-se, pois trabalho, na empresa, deve ter sempre seu lugar e nele estar inabalável. Um apaixonado e sedento pelo saudável hábito de ler, afrontado pela incompreensão dos que viam a leitura como coisa menor. Farto da repressão, em pleno horário de expediente em sua agência bancária, se refugia no cofre para poder ler. Então, explosão; hecatombe no mundo externo ao cofre, agora tornado em bunker preservador do protagonista. Após um primeiro exame do exterior, ele sai para explorar as ruínas do mundo, lamentando sua solidão de último vivente sobre a Terra. Depois de vagar, tem reacendida a esperança quando se depara com a biblioteca pública que expurgou livros devido ao cataclismo. Cessa a solidão, tudo o que ele mais amava estava à disposição; livros e tempo, sobretudo para consumir os primeiros. É então que descuidando do frágil sustento de seu conforto existencial, um movimento de cabeça faz seus óculos caírem do rosto e as lentes se espatifarem na escadaria da biblioteca: no espaço inicialmente tido como pouco proveitoso, a surpresa da descoberta se esvai, o importante que se extrai dele é tornado em nada; pouco importa o espaço, o tempo prevaleceu sobre ele – e o homem é espaço sujeito ao tempo.

“Ensaio sobre a cegueira” funciona como que com os sinais do episódio de 1959: estória moral ao seu modo, o bailar de virtudes e cinismos humanos entre a perdição da humanidade, redução do valor espacial, o tempo se impondo sobre o espaço. No episódio “Time enough at last”, entretanto, o que se abate sobre o espaço e o altera é espacial (devastação provinda da guerra fria), mas fará o tempo prevalecer ao fim. Em “Blindness”, se dá o inverso; o tempo se abatendo sobre o espaço. Sim, a tal epidemia não é tanto virótica ou bacteriana, mas eventual; um acontecimento sem origem, que chega a maneira dos efeitos temporais, que se vai sem aviso, mas que no filme concede ao espaço vitória. Nosso tempo se abatendo sobre o homem contemporâneo.

Questão que sobressai é a da proeminência e persistência do espaço, e até que ela se consolide, a da diminuta representatividade que o espaço veio tendo até a consolidação dela. Também o aceno moral da possibilidade de passar pelo que induz sofrimento sem afetar caráter, pois a argamassa dos tijolos espaciais (na mentalidade moderna, sobretudo, mas bastante presente na pós) é a humanidade. E outra mais: as marcas espaciais sobreviventes ao tempo, mas que em novos espaços (corpos), não valem muito (carregam outra significação – ou significação nenhuma) – pensemos nos combatentes da Segunda Grande Guerra e seus descendentes; um deles, por exemplo, soldado norte-americano no último conflito na palestina: os horrores antigos, espacialmente marcados nos ascendentes familiares, não funcionam como contenção da voracidade do descendente ao chacinar palestinos.

Nas diversas questões estão variados espaços. Destes espaços resistentes, o principal é o civilizado, como nos indicam os planos iniciais, e aos cegados de “Ensaio”, este mundo vai perdendo importância. Os demais seres próximos aos cegados, então, vão sendo reduzidos ao ínfimo.

Mecanismo semelhante vigora na cegueira do filme. A temporalidade na cegueira (pois ela é tempo, e temporária) é algo que chega e inunda os olhos, se impondo sobre a visão. Ela assume a espacialidade na visão, e sobre ela também se dará o sobrepujar espacial.

Todavia, a cegueira para os seres gera fatores de outra ordem. Para quem há muito se fundamenta no ver, a cegueira é um solavanco para dentro de si mesmo; condição que se dá pelo ser existencialmente egoísta, personagem cegado ou não. Outro cego é um obstáculo tanto quando o batente da porta. O eu não ecoa, não importa o espaço. Quem vê, pode fingir que vê, pode forjar inclusão social; quem é cegado, precisa se reduzir a insignificância particular. Cada um está sempre em si, não se deixa transbordar. A visão de quem vê raramente é periférica, a do cegado não ultrapassa o próprio corpo.

Porém, não é o outro, nem o espaço, nem o tempo que faz pessoas egoístas. Tão somente o tempo (dês-civilizado), no entanto, expõe o egoísmo no homem; o espaço é onde se viabiliza o egoísmo. O filme então se revestirá do que determina seu espaço como expressão de um tempo-momento, o filme passa a ser, então, espaço.

O emprego de reflexos sobre superfícies, talhados pela fotografia, não afetam personagens. Os reflexos estão disponíveis ao espectador, portanto; são falha de percepção dos personagens em relação ao espaço que os envolve. O mundo é oferecido pela visão, e personagens não percebem o espaço envoltório; falido o olhar de uns, está disposta a falência aos espectadores, que, ou ignoram a circunstância proposta de falência do olhar, ou assumem sua própria falência de olhar (uma proposição que não vai dar em nada, devido à embalagem do produto).

Mas se assume que o olhar dos realizadores falha? Ponto crucial: o conto moralizante – e não moralista – nunca assume que seu próprio olhar falha (como a crítica, que nega o que é fora de seus padrões, mesmo sob a escusa de que quer posicionar seu leitor perante o objeto – ora, se ela pode posicionar, é porque o olhar, pretensiosamente, não falha), logo, se o olhar é falho generalizadamente, ninguém está imune a cegueira, nem o filme, nem quem filma. Por isso que há itens no filme que nada mais serão que maneirismos, bastante fragilizadores do filme, infelizmente; também o preço a pagar por urgência mercadológica/de projeto/de desafio numa transposição de obra literária.

O olhar de todo ser humano está falido, porque este, mesmo vendo, pouco reage ao que vê. Não assumir é rejeitar a visão. Sob o peso da responsabilidade moralizante, o filme também vai relutar em assumir a integralidade de sua visão falha: ele incorpora a falha de visual em reflexos e cegueira branca, mas quando a cegueira se vai, o mundo não apresenta o impacto da grandeza eventual. Em decorrência, desperdiça-se oportunidade de indicar caminhos para a inauguração de novos olhares (e justificar o “Ensaio sobre” no título em português; “Blindness” é mais apropriado ao filme), ousadamente contrariando a noção, como dizer, de Fim da História que muitos iludidamente carregam em si. Preferiu-se reunir coragem para enfrentar a pecha de pessimismo.

Se aposta então, na idéia de que o colapso generalizado não erradica virtudes nem beleza. As virtudes do ser aparecem nas relações humanas, somente; a beleza, entre extremos, e ela escapa do tempo, prevalece no espaço degradado, mas onde ele já não oferece perigo (a casa da protagonista). É possível se acostumar à hecatombe porque a beleza humana é possível, a reconstrução pode vir depois. Há coisas mais valiosas para que se atentar (mesmo sem a visão – o desespero pela cegueira e o em que dela resulta vai sendo tornado uma leviandade). O principal será reconhecer e usar estas coisas. O conformismo é que é fatal, e nada mais. Frustrante Polyana. O problema há no descompasso da poesia, alegoria, ficção, arte, entretenimento, ainda que não sejam conformistas, com a vida, com o ser humano; tudo acaba em artificialidade, e não deixa de ser cegueira. Isso não há delicadeza que conserte.

O plano final: a cegueira depende de como se olha, ou melhor, de para onde se dirige o olhar. A cegueira-evento faz o indivíduo concentrar seu olhar em (e depois voltar para) si mesmo, e oferece isto por colapso da civilização (porque todo filme de fim do mundo precisa oferecer um colapso). Cada vez mais fácil de crer que advirá ao homem o colapso, insiste o filme, mas que depois do recuo da cegueira, tudo está fadado a voltar a sua regularidade – então o filme não termina, se vai da gente, dizendo que sua mola-mestra é coisa menor. Quem perguntar se precisava do estardalhaço com a cegueira tem lá sua razão, embora não possa negar que o filme tem propostas interessantes.

Nada de estrelas ou desenhozinhos. Aprovação: 58,9%

"Time enough at last", EM 3 PARTES:
http://br.youtube.com/watch?v=7hf7RcufrDk&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=VyvlX2jX9xo&feature=related
http://br.youtube.com/watch?v=UycqyhLi-F0&feature=related

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

César Charlone

"Não posso ficar feliz em um país que gasta o dinheiro dos contribuíntes em filmes que são vistos por apenas 70 mil pessoas. É uma política que está errada - precisamos gastar tanto em exibição quanto em produção. Se a pessoa quiser fazer filmes apenas pra mostrar aos amigos, que o faça com as próprias economias, não com recursos do contribuinte. O dinheiro deste precisa ter um retorno, na forma de filmes que sejam vistos. Parabéns aos caras que piratearam Tropa de Elite, pois isto fez a obra ser vista por toda população. A pirataria é a resposta aos preços abusivos dos cinemas e às dificuldades de acesso as salas de exibição. O cinema precisa ir até o público. Não adianta retomar o cinema para alguns poucos curiosos. E o processo começa na escola: quem estudar autores como Guimarães Rosa também deve estudar a obra de cineastas como Nelson Pereira dos Santos. Até pra ter sendo crítico e ser capaz de analisar o que se vê no Youtube, a garotada precisa ter um professor de história do cinema que já tenha analisado Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Jabor ou Fernando Meirelles. Por que não temos políticas práticas para a exibição de cinema? Por que não temos salas municipais de cinema? Como uma democratização desses espaços e da própria exibição, a população teria acesso a filmes de outras culturas, além da produção massificada encontrada nos shoppings e na TV. Além de um processo de produção afiado, é disso que precisamos agora."

César Charlone é uruguaio radicado no Brasil desde 1970, diretor de fotografia (em filmes como "Feliz ano velho", "O homem da capa preta", "Cidade de Deus", "O jardineiro fiel" e"Ensaio sobre a cegueira") e diretor do filme "O banheiro do papa". IMDB: http://www.imdb.com/name/nm0153263 . Trecho extráido da entrevista concedida à revista Zoom Magazine, edição 108 - Ano 9.