quarta-feira, 14 de novembro de 2007

La brújula política

Vivemos num Brasil em que a população, em parte nada pequena, vai se despolitizando, afirmam alguns. Só que entre o desespero desses alguns, por perder influência partidária e votos da parcela significativa (merecidamente, pois muito do desinteresse nacional vem da ação política que privilegia a si mesmo e não coíbe a sangria da nação), e a chatice que o brasileiro vê em política (novamente culpa dos alguns, que sempre optaram pela estupidez nacional e tacam a educação em décimo plano, para perpetuar o voto de cabresto de maneira conceitual – megalomania por aqui não; coronelismo), fica a possibilidade de política não ser coisa babaca, e quando compreendida, ganha valor que se cogitava inexistente. Política não fica mais só como trampolim de poder, mas vira modo de por em prática ideologias (lembra?), vontade social, vigilância dos eleitos, das elites e das massas, para que todos estejam em seu devido lugar. Política vira necessidade humana.

Uma bobeira interessante; um brinquedo educativo pra marmanjo pensar “Putz, não pensava que eu fosse isso!”; um passatempo impreciso; uma ferramenta para cegar o povo ainda mais politicamente; um guia mequetrefe pra te ajudar a escolher opção do perfil do OrCUt; um termômetro de política humana parcial, que não permite você explicar melhor o que pensa, por isso dará resultado equivocado. Ou simplesmente uma coisa pra lembrar você de orientar o que pensa e como age, e pra deixar de ser ridículo antes que alguém perceba: http://www.politicalcompass.org/ (em inglês ou espanhol). Clique no “Click here and start” ou em “Haz clic aquí para empezar el test!” e depois preencha 6 páginas de teste e veja o resultado de sua inclinação política em um gráfico.

No meu caso, deu esse gráfico:

Quer dizer que sou de esquerda, que não odeio o Lula e amo o Serra (se é que há diferença abaixo da superfície de cada um)? Não, apenas quer dizer que as respostas que dei se enquadrariam nessa linha política ideológica, mas obviamente não diz que só voto na esquerda (se é que há neste país).

Prefiro crer que isso é um termômetro, que posso ou não considerar o resultado febril, e buscar outras idéias pra eu pensar como eu quero.

No meu caso, confesso que isso está numa direção que quero: nesse país não há reforma possível que não se dê pela instalação do novo, que não vai se dar por armas em punho, e que uma solução niilista é insatisfatória. E graficamente também vai na direção desejada, que um dia, se Deus quiser, eu chego lá: não estar em nenhuma posição no gráfico. A intenção não é o emcimadomurismo; ouço a todos os lados, mas dei adeus a ambos; o totalitarismo e a tirania são piadas de mau gosto, a monarquia é piada sem graça, o parlamentarismo é um jogral bocó. Nada de ser politicamente Arturvirgiliano (cito a recente questão da aprovação da CPMF). Amo a liberdade, mas quem diz não ter momentos autoritários, convenhamos, não se enxerga. g

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